O jornal Estado de São Paulo jogou luz sobre um esquema nada republicano dentro do Palácio do Planalto que pode estar sendo bancado com dinheiro público.
O esquema envolve membros da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, figuras notórias do Partido dos Trabalhadores e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), de influenciadores, além de parlamentares da legenda.
O objetivo é atacar adversários políticos em todo o país, incluindo veículos de comunicação não alinhados com o governo petista, visando a campanha política de 2026.
Segundo o Estadão, “o grupo faz reuniões diárias para definir assuntos e abordagens que os canais e perfis petistas devem usar para tentar pautar as redes sociais que o partido alcança.
O Estadão apurou ainda que, durante a tragédia no Rio Grande do Sul, a estrutura palaciana montou narrativas para massacrar o governador Eduardo Leite (PSDB-RS) e para desqualificar qualquer entrevista ou reportagem dos veículos de comunicação profissional que seja negativa ao governo classificando-as como “fake news”.
Governo do DF na mira
A primeira vítima do ardiloso esquema de comunicação montado pelo Palácio do Planalto foi o governo do Distrito Federal.
Por não ser alinhado ao governo Lula, o governador Ibaneis Rocha (MDB) virou saco de pancadas por duas semanas consecutivas, alvo de críticas e matérias publicadas pela Agência Brasil, porta-voz oficial do Palácio do Planalto e ligada a EBC.
Os conteúdos produzidos e publicados pela Agência Brasil foram usados por influenciadores contratados sabe-se lá como.
Deputados petistas e de oposição ao governo Ibaneis se encarregaram, como mulas, de espalhar nas suas redes sociais.
Os ataques realizados pela EBC contra o GDF só cessaram após os alertas feitos pelo Ministério Público Federal.
Não é de agora a birra política entre o Planalto e o GDF.
Os ataques contra o governador surgiram desde a eleição de 2022, quando Ibaneis declarou voto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputava o segundo turno das eleições contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desidratar o governador eleito no primeiro turno da eleição de 2022 consta na cartilha petista, que está fora do governo do Distrito Federal há quase 12 anos, após realizar uma administração corrupta que levou à cadeia o então governador Agnelo Queiroz e vários de seus auxiliares, entre eles, dois ex-secretários de Saúde.
Em seguida, veio em 8 de janeiro.
A batucada e o julgamento antecipado foram grandes contra Ibaneis Rocha, que ficou fora do cargo de governador por 60 dias, por ordem do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Mores.
A narrativa não colou e foi por água abaixo.
A Procuradoria-Geral da República declarou ao final das investigações não ter encontrado nenhum indício que pudesse envolver o governador do DF nos tristes episódios que abalaram a República.