Assim como o nome do ex-governador Joaquim Roriz, falecido aos 82 anos, em setembro de 2018, continua até hoje no consciente popular do DF, o nome de José Roberto Arruda, ex-governador cassado por infidelidade partidária, em março de 2010, continua tão forte no meio político eleitoral, mesmo seguindo impedido pela justiça de voltar a colocar o seu nome nas urnas.
O “arrudismo” continua impregnado na mente da população tão quanto o “rorizismo” e agora o “ibaneizismo”.
Os termos que se referem a períodos significativos da história política do DF, marcados por líderes políticos carismáticos.
Nos últimos 13 anos, sem conseguir vencer os processos judiciais, que o tornou inelegível, José Roberto Arruda ainda é um líder que ninguém pode subestimar.
Na campanha de 2014, teimosamente resolveu registar candidatura ao Buriti, mas terminou por jogar a toalha nos últimos 20 dias para o encerramento da campanha, sendo substituído pelo saudoso médico Jofran Frejat.
Ainda assim, o arrudismo chegou ao segundo turno, sendo derrotado por Rodrigo Rollemberg (PSB).
Em 2018 Arruda acreditava que pudesse estar livre do entrave da inelegibilidade.
Chegou a ensaiar uma candidatura ao GDF, mas logo desistiu para novamente apoiar a candidatura do correligionário Jofran Frejat, que, por sua vez, também desistiu da disputa, embora liderando todas as pesquisas de intenções de votos.
Já em 2022, ano de reeleição do governador Ibaneis Rocha(MDB), que tinha na sua chapa majoritária a mulher do ex-governador, a então deputada federal e ex-ministra Flávia Arruda, Arruda optou por uma candidatura à Câmara Federal.
Arruda se elegeria se a Procuradoria-Geral Eleitoral não o impugnasse por continuar inelegível e, por isso, não poderia seguir na corrida eleitoral.
Certamente, em 2026, Arruda fará de tudo para se manter azeitado na campanha, mesmo sem nenhuma chance de concorrer a cargos eletivos.
Para a maioria da classe política brasiliense, o arrudismo no DF ainda é um sentimento forte e bastante significativo.
Há um ditado popular que diz: “quando se perde um mandato, nem o vento bate à porta”.
Com Arruda essa regra é diferente: mesmo sem mandato, ele pode ser o fiel da balança para decidir a corrida eleitoral do Buriti na próxima eleição.
Resta saber qual dos dois lados ele irá marchar: se com a esquerda ou com a direita.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF