Com o voto de cinco dos oito deputados federais do DF, milhares de trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos por mês continuarão pagando quase R$ 1 mil de imposto de renda aos cofres do governo federal.
O presidente Lula recuou de sua promessa de isentar do imposto os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês.
A Câmara dos Deputados decidiu aprovar, na última terça-feira (12), o recuo do governo.
A proposta aprovada beneficiará apenas aqueles que ganham até dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.824.
Os deputados Gilvan Máximo (Republicanos), Erika Kokay (PT), Reginaldo Veras (PV), Júlio César (Republicanos) e Rafael Prudente (MDB) contribuíram para sepultar o que seria um alívio para o bolso de milhares de trabalhadores que recebem entre três e quatro salários, como havia prometido Lula durante sua campanha em 2022.
Até fevereiro deste ano, Lula mantinha a promessa de isentar do imposto trabalhadores que ganham até R$ 5 mil.
Alguns deputados da bancada do DF chegaram a fazer vídeos e postá-los na internet, apoiando a medida por ser mais inclusiva.
No entanto, o cenário mudou quando Lula decidiu recuar, e, com ele, todos voltaram atrás.
Os deputados desfrutam de privilégios inimagináveis e contam com generosas verbas de gabinete, tudo financiado pelo dinheiro público, recolhido pelos impostos pagos pelo cidadão comum.
Todos nós sabemos que o atual sistema agrava a concentração de renda, em vez de atuar como um mecanismo de redistribuição econômica.
A cobrança de impostos deveria também servir para reduzir as desigualdades sociais, tanto no momento da arrecadação quanto na implementação de políticas públicas.
Além do peso do Imposto de Renda, os trabalhadores enfrentam a carga tributária embutida nos preços de produtos e serviços, que afeta igualmente todos os consumidores.
No entanto, há uma distinção ao compararmos a situação da população com a dos 513 deputados, cuja maioria parece indiferente à situação de milhares de trabalhadores brasileiros obrigados a sustentar a pesada máquina pública do governo.
Há deputados federais do DF que desfrutam de benefícios e privilégios substanciais, incluindo verbas de gabinete e auxílio-aluguel, mesmo para aqueles que já possuem residência na capital. Já o povo tem de pagar o aluguel do próprio bolso.