Após os 100 dias de governo Ibaneis, o jogo político brasiliense já começa a se movimentar em direção a 2026.
No entanto, o que há de mais concreto nesse cenário é a firme dobradinha MDB/Ibaneis e PP/ Celina Leão, iniciada em 2018 e reforçada em 2022, seguindo agora para as eleições de 2026, na forma investida: PP/MDB.
Isso porque em maio do ano eleitoral de 2026, a vice-governadora Celina Leão, deverá, pela regra, ser oficializada no cargo de governadora com direito a reeleição, e o atual governador, Ibaneis Rocha, deverá se afastar do cargo, também conforme a regra, para encarar uma das duas vagas de senador.
Até a onde se sabe nunca um governador do DF conseguiu a façanha de reeleger o seu vice ou sua vice.
No caso de Ibaneis tudo pode acontecer com o seu “toque de midas” em que torna tudo próspero e bem-sucedido em qualquer uma de suas iniciativas. Basta voltar o filme para 2018.
Naquele ano, o então advogado e neófito na política decidiu disputar o Buriti, escolhendo o MDB como partido. O PP fez parte da coligação.
Ibaneis era apenas um novato entre raposas felpudas a disputar o Governo do Distrito Federal.
No final da corrida, deu Ibaneis com 1.042.574 votos, batendo o então governador Rollemberg(PSB), que recebeu minguados 451.329 votos.
Outro grande exemplo de que tudo conspira a favor de Ibaneis, foi a sua reeleição obtida em outubro do ano passado.
Mesmo com todos os atropelos, provocados por dois anos de pandemia, o emedebista derrotou o estigma de que no DF, o povo não gosta de reeleger governadores, exceto Roriz(MDB), reeleito em segundo turno, em 2006.
Ibaneis quebrou o tabu, sendo o primeiro da história da política brasiliense a se reeleger em primeiro turno, superando a força politica de Roriz.
Assim como enfrentou a pandemia, o governador reeleito conseguiu superar a crise política institucional, estabelecida pelo violento evento de “8 de janeiro”.
Com penas nove dias no cargo, Ibaneis foi sumariamente afastado, sem direito de defesa, mesmo sem ter nenhum envolvimento com os atos antidemocráticos que se abateram sobre as sedes dos Três Poderes.
Ao completar 65 dias fora do Buriti, cumprindo uma decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, Ibaneis retorna ao cargo com uma popularidade de 70% de aprovação do povo brasiliense.
Os dados foram apontados por uma pesquisa do Instituto Exata OP, realizada entre dos dias 09/03 a 11/03, onde foram ouvidas 1.905 pessoas em todas as regiões administrativas do DF.
Com o pé no acelerador, o governador vai ganhando o tempo perdido com os olhos focados em 2026.
Fará de tudo para consolidar o projeto de poder MDB/PP, que pode ir além de 2030, se reversando no comando do Buriti.
Com pragmatismo, Ibaneis vai tentar lacrar mais uma de suas proezas: de ser o primeiro governante do DF a reeleger sua vice.
Roriz, por exemplo, não conseguiu reeleger Maria de Lourdes Abadia, em 2006.
Com Ibaneis, Celina pode sentar na cadeira nº 1 do Buriti ao lado de um vice oriundo do MDB.
Será o deputado federal Rafael Prudente? Ou o distrital, presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz? A resposta, por enquanto, só Ibaneis sabe.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF