Pelas contas, dos 206 candidatos que concorrem a uma das oito vagas de deputado federal pelo DF, 198 deles não conseguirão a votação suficientes para se eleger no dia 2 de outubro, data que acontece o pleito eleitoral em todo o país.
Na briga pela vaga, os atuais deputados federais, que buscam a reeleição, tem mais chance de renovar o mandato pela estrutura que já dispõem a seu favor, do que aqueles que não tem.
No entanto, nem todos conseguem convencer o eleitor, desta vez, diante das cagadas feitas durante o mandato, como a de não enviar, sequer, um cartão de aniversário para quem lhe colocou lá.
Em outra faixa da disputa, estão aqueles que tem avantajados suportes financeiros e que estão dispostos a torrar uma boa grana para conquistar um mandato.
No meio ao batalhão, de 206 candidatos, devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maioria absoluta é de candidatos sem chance de vencer, mas com alguma capacidade de atrair votos, nem que seja poucos.
No linguajar político eleitoral, essa turma servirá de “mulas” para carregar as suas “estrelas”.
Diferente das outras eleições, em que os partidos podiam fazer coligações, e a soma de todos os votos dados, ao grupo, ajudava a conquistar uma vaga na Câmara, o pleito eleitoral desse ano, o partido só poderá contar com seus próprios candidatos.
No caso do DF, são nove disputando por cada legenda, entre os quais, três são mulheres.
A estratégia dos partidos, de ter na retaguarda um “lote de mulas”, para carregar e ajudar eleger, alguma “estrela”, foi a saída para justificar a entrada do dinheiro do fundo eleitoral na conta de cada legenda.
No caso do PSD, por exemplo, a “estrela” é André Kubitschek, filho de Paulo Octávio, presidente do partido.
O candidato tem muita grana e conta com a melhor estrutura de campanha e nem precisa dizer por quê.
Apesar da candidata Adriana Mangabeira ser rica, com bens declarados em mais de R$77 milhões e já ter na sua conta de campanha meio milhão de reais do fundo eleitoral, a advogada alagoana deve ter dificuldades de desbancar na corrida o “Piozim”, filho do “home”.
No MDB, partido do governador Ibaneis Rocha, há uma análise que a legenda faça dois federais.
O primeiro seria Rafael Prudente, atual presidente da Câmara Legislativa, e presidente do partido.
Em tese, Prudente estar em campanha para a Câmara Federal, desde o início do seu segundo mandato de deputado distrital, bem a frente dos demais candidatos do MDB.
A segunda vaga, de acordo com as próprias projeções feitas pelo partido, estariam no páreo o ex-deputado distrital Alírio Neto e a presidente licenciada do Sindisaúde, Marli Rodrigues.
“Marli da Saúde”, como é conhecida, tem a força dos servidores públicos que precisam de uma representante no Congresso, bem como tem uma penetração nas comunidades mais pobres do DF.
No PL, comandado por Flávia Arruda, que disputa a vaga do Senado, pela chapa majoritária de Ibaneis Rocha, o partido não elegerá mais que dois deputados para a Câmara Federal e entenda por quê.
A briga é feia entre Bia Kicis e Alberto Fraga. Ficará pior ainda se a candidatura de José Roberto Arruda não for homologada pelo TRE-DF.
No Partido Progressista, comandado por Celina Leão, candidata a vice, na chapa de Ibaneis Rocha, o punhal nas cotas e chutes na canela, é uma briga travada, silenciosamente, pelo ex-deputado federal e ministro Ronaldo Fonseca; pelo ex-federal, Roney Nemer e pela socialite Samatha Pflug Marques.
O PT pode fazer apenas um deputado, Erica Kokay, caso a justiça eleitoral não deferir a candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz.
Se o ex-gestor do DF ficar fora, Kokay pode ser mandada para a aposentadoria, após 20 anos de mandato.
Já a federação PT/PV/PCdoB, a briga mais acirrada segue entre Reginaldo Veras e Roberto Policarpo. Será que se elegem? Dúvidas.
No Republicanos, a matemática feita, ainda no período da pré-campanha, pelos próprios dirigentes, era de que a nominata montada elegeria dois federais.
Seria Julio César, que corre para a reeleição, e Gilvan Máximo ou Paulo Melo.
No entanto, no novo desenho da nominata do partido, a candidatura do apresentador de TV, Fred Linhares, ganha projeção e ameaça a tomar o lugar do próprio deputado Julio Cesar.
Difícil mesmo é fazer qualquer projeção de vitória no PSB, apesar do ex-governador Rodrigo Rollemberg possuir aqueles famigerados 20% como se acostuma dizer para aqueles que saíram do mandato recentemente, como é o caso dele.
O partido não conta com candidatos com votos suficientes para eleger um deputado federal.
Nesse caso, o projeto de Rodrigo Rolemberg, de voltar a cena política brasiliense, ameaça ser adiado para 2026.
No PDT, as dificuldades são bem piores do que em todos os outros.
Por estar sozinho, corre o risco de não fazer ninguém, apesar de ter a senadora Leila do Vólei, como candidata a governadora, e pedir voto aos candidatos.
No PSDB de Izalci Lucas, candidato ao Buriti, nem se fala. Tá morto!
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF