Os votos bolsonaristas que poderiam somar na eleição da ex-ministra Flávia Arruda(PL), candidata ao Senado se canalizarão unicamente em torno da candidatura da ex- ministra Damares Alves(Republicanos), se for realmente candidata ao Senado.
Já o ex-governador Paulo Octávio(PSD), também candidato ao Senado, tira votos da duas.
Ainda pode se vê pelo periscópio Gim Argello do Pros, que também se diz candidato ao Senado. Aí é outra história.
A disputa fratricida e perigosa dos três pré-candidatos, à câmara alta do país, pertencentes ao mesmo grupo politico, pode beneficiar o advogado e jornalista Paulo Roque(Novo), que disputa, pela segunda vez, a vaga de senador pelo Distrito Federal.
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A situação deixa em desconforto a ex-ministra Flávia Arruda, do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.
Ela foi escolhida pelo governador Ibaneis Rocha(MDB), como pré-candidata a senadora na sua chapa majoritária.
Damares, na mesma pista da corrida, tira as chances de Flávia de amealhar os votos bolsonaristas.
Na parelha ainda tem o ex-vice-governador e empresário Paulo Octávio, que anunciou ser candidato ao Senado.
Ele já pertenceu à casa legislativa entre os anos de 2003 a 2007.
P.O, como é conhecido o rico empresário, também tira votos de Flávia por ter sido vice do ex-governador José Roberto Arruda em 2007.
De quebra, Paulo Octávio arranca votos dos evangélicos, não bolsonaristas, que poderiam votar em Damares.
Paulo Octávio é evangélico da Igreja Sara Nossa Terra e conta com o apoio de líderes religiosos das chamadas congregações independentes.
É necessário que se diga que nessa guerra fratricida, o governador Ibaneis Rocha não tem nada com isso.
Quem tem que puxar o freio de arrumação entre Danares e Flávia, é Jair Bolsonaro. Às duas ex-ministras e seus respectivos partidos sabem perfeitamente disso.
Com o voto fragmentado entre os três postulantes, do mesmo grupo politico, quem irá voar solto, livre e leve pela outra pista, é o jornalista e advogado Paulo Roque.
O pré-candidato do Novo disputou pela primeira vez um cargo eletivo em 2018, como candidato ao Senado, ficando em sexto lugar na corrida com 202.834 votos.
Bem mais experimentado no jogo político do que antes, Roque só não pode continuar pisando na bola com o eleitor, ao falar o que não deve na propaganda gratuita do rádio e na TV.
Na sua última aparição, o pré-candidato afirma que o seu partido, o Novo, é o único do país a não usar o dinheiro do Fundo Partidário para fazer política. Não é verdade, candidato!
A inserção da propaganda de Roque é gratuita sob a garantia da Resolução nº 23.679/2022, que regulamenta a propaganda partidária no rádio e na TV. Até aí, tudo bem.
No entanto, toda a produção, levada ao ar, é financiada pelo dinheiro público partidário e de inteira responsabilidade da legenda.
O partido de Paulo Roque tem direito a R$ 87,71 milhões para gastar com os seus candidatos, principalmente com a propaganda gratuita.
É aí que aparece os “fundos” do Novo.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF