O PSD, partido presidido por Paulo Octávio, candidato derrotado no primeiro turno das eleições, quase conseguiu a façanha de levar a disputa eleitoral para o segundo turno.
Era de clareza solar que o jogo de PO, foi feito para beneficiar o candidato do PT/PV e PCdoB, Leandro Grass, contra Ibaneis Rocha(MDB) na disputa pelo Buriti.
O governador teve sorte ao ser reeleito ainda no primeiro turno.
Lutou com os mais ferrenhos adversários e contra alguns que si diziam aliados de primeira hora, como Paulo Octávio, que pularam a cerca sem menor pudor.
Ibaneis quebrou o paradigma de que o DF não reelegeria governadores.
Somente o ex-governador Joaquim Roriz, teve a sorte de vencer a corrida, em uma disputa acirrada de segundo turno, no ano 2002.
Ibaneis ganhou a eleição contra tudo e contra todos.
A votação poderia ser melhor que os 832.633 votos recebidos nas urnas, o equivalente a 50,30% dos votos válidos.
Digo isso se não ocorresse a divisão do seu grupo político e se Bolsonaro(PL) tivesse declarado apoio público a reeleição do governador.
A entrada de Damares (Republicanos), na disputa pela vaga do Senado, prejudicou ainda mais a chapa de Ibaneis Rocha.
Apoiada pela mulher do presidente, Damares acabou enterrando a candidatura de Flávia Arruda(PL), companheira de chapa de Ibaneis, e beneficiou diretamente a candidatura do Coronel Moreno (PTB) que teve 94.100 votos bolsonaristas.
Paulo Octávio deixou para os últimos minutos do fechamento do prazo das convenções para anunciar ser candidato. O anúncio foi um golpe contra o governador.
Antes da fase da pré-campanha, Ibaneis chegou quase que adular Paulo Octávio a compor a chapa majoritária. Mas ele esnobou como sempre fez.
Se voltarmos o filme da eleição de 2018, quando Ibaneis já tinha o MDB, mas que lhe faltavam nomes para a construção da chapa, o empresário Paulo Octávio lhe disse um baita “não”.
Não quis compor. Preferiu apoiar a candidatura de Alberto Fraga que ficou pelo caminho do 1º turno da eleição daquela ano.
Não acreditava que um neófito da política fosse capaz de vencer uma eleição disputada por raposas velhas da política brasiliense, grupo que ele se incluí.
O esnobe PO, fez carreira como deputado federal, senador, vice-governador e chegou a governar o DF, em 2010, por 13 dias, quando foi obrigado a renunciar.
Somente em 2019, o grupo, antes liderado por Roriz, que se encontrava no ostracismo político, por mais de oito anos, foi reconstruído pelas mãos de Ibaneis, após derrotar o governador neossocialista Rodrigo Rollemberg(PSB).
De lá para cá, Ibaneis fez o caminho da convergência para a construção de um grupo sólido para governar, cuidar do DF e da sua população. Reconstruiu olhando para o futuro.
Agora, faltando 54 dias para a instalação do segundo mandato do emedebista, PO se aproxima de Ibaneis e do governo, com os mesmos salamaleques feitos no início do primeiro mandato.
Na segunda-feira (07/11), Paulo Octávio, acenou para Ibaneis, por meio de uma carta, propondo o retorno do seu partido à base do novo governo que, até no mês passado, se esforçou, ao máximo, para tirar o emedebista do Buriti
Resta saber, se Ibaneis, que ganhou as eleições com poucos, deseja continuar governando com os muitos que lhe viraram as costas.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF
Você precisa fazer login para comentar.