Ao admitir chorando nesta segunda-feira (25) que pode ser preso, o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou fragilidade e que pode deixar de lado o seu projeto de retornar ao Palácio do Planalto em 2026.
A declaração de Bolsonaro serviu para mobilizar setores da direita brasileira em torno de Ronaldo Caiado (União Brasil), que consideram o governador de Goiás uma liderança com potencial na disputa pela presidência da República.
O fim do sonho de Bolsonaro de voltar ao Poder, ficou mais evidente diante das graves acusações que o envolvem na organização de um golpe de Estado, além de um suposto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O inferno astral vivido por ele na última semana, fez com que setores do bolsonarismo passassem a admitir que Caiado seria uma alternativa viável da direita e centro-direita para enfrentar Lula em 2026.
Desde a sua campanha presidencial em 1989, o governador de Goiás defende princípios como a iniciativa privada e o direito à propriedade.
É claro que há divergências entre Caiado e Bolsonaro.
O governador tem sido alvo de críticas, especialmente após se lançar como pré-candidato à presidência na próxima eleição.
No embate entre os dois na disputa eleitoral dos municípios goianos, onde Bolsonaro tentou demonstrar sua força, o governador acabou derrotando o ex-presidente e seus candidatos a prefeitos.
Caiado chamou a postura e a intromissão de Bolsonaro de “deselegante” e “desrespeitosa”, salientando que o ex-presidente não é “dono da direita” e que o Brasil está cansado de extremismos.
Apesar disso, os aliados de Bolsonaro têm buscado uma aproximação com Caiado, o que pode resultar numa possível aliança para 2026.
Outro embate que Ronaldo Caiado certamente enfrentará será dentro do seu próprio partido, o União Brasil.
No início deste mês, o deputado federal Elmar Nascimento (BA) disse que a União Brasil apoiaria a reeleição de Lula em 2026.
Caiado descarta essa hipótese: “O União jamais vai caminhar com o PT”.