Ricardo Cappelli, o “número 2” do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se despe de suas funções para abrir espaço ao ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski. Na real: ele foi obrigado a se demitir.
O convite para Lewandowski assumir o Ministério da Justiça foi feito por Lula nesta quarta-feira (10), enquanto Flávio Dino se prepara para se tornar ministro do STF no próximo mês. O número 2 estava interino no cargo desde o final de dezembro, já que Flávio Dino resolveu tirar férias.
Cappelli foi um dos personagens mais emblemático que ajudou a sufocar a intentona e retomar a posse das sedes dos Três Poderes, no turbulento 8 de janeiro do ano passado.
Ele atuou como interventor das forças de Segurança do DF, enfrentando generais de Exército durante as negociações para o cumprimento de mandados de prisão de quase 2 mil pessoas, abrigadas no acampamento do Setor Militar Urbano e acusadas de vandalizar o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional.
A atuação de Ricardo Cappelli foi determinante para a garantia da estabilidade do governo nas 24 horas mais longo da ultrajada democracia.
Foi para o front de batalha, engoliu fumaça de bombas de gás e comandou tropas, sem nunca ter feito isso antes. É jornalista.
Embora tenha anunciado suas férias, Cappelli não revelou qual será sua próxima missão: se vai ser chamado para outra função no governo Lula ou se acompanhará o ministro Flávio Dino no STF.
Após ficar conhecido em Brasília, Cappelli nutre o sonho de ingressar na política brasiliense, visando disputar uma vaga como deputado federal, distrital ou senador em 2026.
Ele também não descarta a possibilidade de concorrer ao Buriti, apoiado pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg que é do seu partido, o PSB.
Afinal, sonhar já sentando na primeira janela da política brasiliense não custa nada para quem ousa.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF