Nas eleições de 2026, o Distrito Federal se prepara para uma disputa acirrada pela ocupação das duas vagas de senador.
O número de candidatos deve dobrar em relação ao pleito anterior, no qual 12 candidatos concorreram por uma única vaga conquistada por Damares Alves do Republicanos.
Em 2018, quando havia duas vagas disponíveis, o número de candidatos foi ainda maior, com 18 representantes de diferentes legendas na corrida eleitoral.
Na ocasião, Izalci Lucas, do PSDB, e Leila Barros, do PDT, foram os vencedores.
O aumento do número de candidatos em 2026 se deve a um fato natural: o aumento das vagas disponíveis para a eleição.
Até o momento, apenas dois candidatos para o Senado em tese estão confirmados: Izalci e Leila, que buscarão a reeleição.
A possível candidatura de Ibaneis Rocha (MDB), atual governador do Distrito Federal, para uma das vagas não está fora de cogitação, embora o governador tenha demonstrado menos vontade de deixar o cargo antes das convenções partidárias de julho de 2026.
Pessoas próximas a Ibaneis dizem que ele permanecerá no Buriti até o fim do mandato.
Ultimamente ele tem sido uma esfinge enigmática em relação ao seu futuro político. Indecifrável, podemos dizer assim.
Alguns correligionários acreditam que, permanecendo no cargo até o último dia, seria o caminho mais confortável para a retomada de poder em 2030.
Até lá, segundo observadores, Ibaneis continuaria vivo na memória popular como um governante que promoveu uma gestão de oito anos voltada para o povo e para o desenvolvimento do DF.
Voltando ao atual contexto político que ronda Brasília neste início de ano, dizem por aí que é quase certo que o senador Izalci Lucas deixará o PSDB para ingressar no PL de Bia Kicis.
Vários motivos são apontados para essa mudança.
Nos últimos tempos o senador tucano tem se alinhado mais à direita do que em cima do muro, como se comporta historicamente o seu insosso partido na tomada de decisões.
Deixando o minguado PSDB e ingressando no PL, o senador poderia conquistar a reeleição com os votos conservadores do Distrito Federal, que são numerosos.
Isso daria certo caso a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro entre na disputa e consiga se eleger na eleição-tampão que será realizada no Paraná, após a provável cassação do ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil).
Algumas pesquisas apontam a mulher de Bolsonaro como favorita.
A outra opção de Michele é disputar a senatória pelo DF.
Neste caso, Izalci deve buscar outro rumo que não seja pelo Partido Liberal.
Já Leila Barros, que em 2022 tentou concorrer ao Governo do Distrito Federal pelo PDT, parece estar em dúvida se lutará pela sua cadeira no Senado, apelidado de “céu”, ou se optará por degraus mais baixos, como fez a ex-deputada federal Paula Belmonte em 2022, ao se eleger deputada distrital.
Atualmente, voltar a ocupar um cargo de menor hierarquia na política brasiliense não é mais visto como uma diminuição, mas sim como uma estratégia para permanecer na cena política com um mandato outorgado pelo povo.
O que importa é ter mandato. Quem o possui, tem poder. Sem ele, nem o vento bate à porta.
*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF