Três dias após ser eleito por unanimidade dos votos dos 24 deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o vice-presidente Ricardo Vale (PT) criticou o Partido Liberal (PL), chamando-o de golpista.
Em sua fala, manifestada em entrevista publicada pela coluna CB Poder do Correio Braziliense neste sábado (10), colocou Wellington Luiz, presidente da Câmara legislativa, em uma situação delicada com o Buriti e com deputados da Casa.
Wellington Luiz (MDB) é tido como um dos principais apoiadores da reeleição de Celina Leão(PP) à sucessão de Ibaneis em 2026.
Ricardo Vale insinuou uma possível aliança entre o PT e o MDB (que tem como presidente Wellington Luiz), para a reeleição de Lula.
Afirmou ainda que uma aliança da esquerda e do centro-esquerda servirá para varrer a direita bolsonarista do DF.
O que diz Ricardo tem rumo, embora alguns digam que Wellington Luiz as eleições antecipada da mesa diretora da CLDF, a qual serviu para reconduzir o atual presidente e o atual vice-presidente no comando da Casa, não tem nada a ver com o embate politico de 2026.
No entanto, para os que estão de fora observando a cena política desenhada a partir da Câmara Legislativa, tem sim.
Senão vejamos: Wellington havia pavimentado a recondução de todos, antecipar a eleição, além de criar novas vagas na Mesa Diretora, antes do recesso parlamentar desse ano.
Ele conseguiu apaziguar os ânimos e convenceu os três parlamentares do PL a recuarem da candidatura proposta pelo partido, que indicava o deputado Roosevelt Vilela como 1º vice-presidente da Casa.
O que parecia ser um assunto superado, com a ideia de “vamos seguir em frente”, acabou reabrindo uma ferida na chamada eleição de consenso, que Wellington construiu para garantir sua própria reeleição e a de Ricardo Vale para o biênio 2025/2026.
Na entrevista ao Correio, Vale referiu-se à candidatura de Roosevelt como uma “tentativa de golpe”.
Segundo ele, “o que ocorreu foi uma tentativa de golpe que partiu das lideranças nacional e regional do partido bolsonarista. Eles tentaram intervir na Câmara e pressionaram os distritais. Felizmente, o acordo prevaleceu e os deputados mostraram sua independência”.
Ele ainda destacou que “o governador também respeitou a decisão do Poder Legislativo e não cedeu à pressão do PL. Além disso, o presidente Wellington Luiz foi muito correto e coerente com o bloco de oposição, respeitando nossos espaços na administração da Casa”.
Ricardo Vale foi além, insinuando dúvidas sobre a reeleição da vice-governadora Celina Leão (PP) na sucessão de Ibaneis Rocha.
Ele afirmou que PT e MDB estariam construindo uma aliança de centro-esquerda para disputar as eleições de 2026. Será? A dúvida estar no ar.
“São dois partidos que respeitam as regras do regime democrático e das eleições. Juntos com os demais partidos do campo democrático, vamos derrotar novamente a extrema-direita raivosa, intolerante e golpista, representada, principalmente, pelo PL de Bolsonaro”, cravou Ricardo.
As declarações do petista chegaram ao conhecimento da deputada Bia Kicis e de Valdemar da Costa Neto quase que simultaneamente, na tarde de ontem.
Ambos são, respectivamente, presidente local e presidente nacional do PL.
Segundo informações obtidas pelo RadarDF, a direção nacional do partido deve marcar, na próxima semana, uma reunião com seus três deputados distritais, além dos dois federais, para avaliar as declarações de Ricardo Vale e definir se continuarão ou não na base do governo Ibaneis Rocha.
Como se vê, a disputa política de 2026 já começou no Distrito Federal, muito antes do que muitos imaginavam, impulsionada pela antecipação da eleição da nova/velha mesa diretora da Câmara Legislativa.
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