Radar Político/Opinião DIREITO DE RESPOSTA

Radar Político/Opinião Por Toni Duarte Por dentro dos bastidores da política brasiliense.

O ASSUNTO É

Arruda torce pelo “ainda estou aqui” e sonha com volta à política

Publicado em

Na última quarta-feira, dia 11, o ex-governador José Roberto Arruda comprou pipoca e, diante da TV, acompanhou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado como se estivesse assistindo ao filme do livro de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui”.

Do outro lado da tela, a CCJ, que deveria decidir sobre a votação do Código Eleitoral, adiou mais uma vez, por pressão da oposição, para o dia 2 de julho.

Desde 2014, o ex-governador do DF vive a agonia de não participar dos pleitos eleitorais em decorrência de sua condenação pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135, de 2010), que o tornou inelegível.

Arruda renunciou ao governo em 2010, após ser alvo da Operação Caixa de Pandora, que o apontou como integrante de um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos públicos.

Conforme a Lei Complementar 135/2010, não pode disputar eleições por oito anos quem for condenado à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa.

As novas regras, que passarão a valer, caso seja aprovada a partir das eleições de 2026, relatadas pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), têm cerca de 900 artigos, entre eles o que define o item mais importante para Arruda: a inelegibilidade.

Segundo o relator da reforma eleitoral, a lei não é suficientemente clara e dá margem a diferentes interpretações.

No caso de punições que envolvem cassação de registro nas eleições (como abuso de poder econômico), o texto da Câmara, mantido pelo relator, prevê a contagem do prazo a partir de 1º de janeiro do ano subsequente à eleição, e não mais a partir do dia da eleição (que varia de acordo com o ano).

No entanto, há muitas pedras no caminho de José Roberto Arruda, a começar pela pressão feita por correligionários do relator Marcelo Castro, que veem no seu relatório uma flexibilização que pode beneficiar alguns de seus opositores piauienses, tão inelegíveis quanto Arruda.

A pressão sobre o senador Marcelo Castro pode simplesmente engavetar e sepultar, com coroa e velas, a chance de Arruda. Se isso acontecer, José Roberto Arruda poderá, efetivamente, se aposentar da política.

 

*Toni Duarte é jornalista e editor/chefe o Radar-DF, com experiência em análises de tendências políticas e comportamento social da capital federal. Siga o #radarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

spot_img

Leia também

Aposentados do INSS podem aderir a plano de ressarcimento

Aposentados e pensionistas do INSS que sofreram descontos indevidos de mensalidades associativas em seus benefícios...

Mais Radar

Sarney no sebo: A viagem de uma biografia corroída pelas traças

Livro autografado para Nan Souza, fiel amigo de José Sarney, é encontrado a 2.300 km de São Luís, em um sebo no centro de São Paulo, com páginas devoradas por traças

Emendas PIX: PF mira parlamentares do Maranhão, Bahia e Amapá

A Polícia Federal deve intensificar operações contra fraudes envolvendo as chamadas "emendas PIX", ou "emendas bate-volta", suspeitas de beneficiar parlamentares com repasses ágeis e baixa transparência.

Caso Diego Torres põe PCDF sob forte críticas da sociedade brasiliense

Prisão de Diego Torres em Brasília expõe violência policial e negligência com criança. Caso reacende debate sobre preparo da PCDF, impunidade e necessidade de reformas para uma polícia nada cidadã.

QualificaDF: Motor de transformação social que impulsiona a economia

O QualificaDF capacita jovens para o mercado, oferecendo cursos práticos em cidades do DF. Desde 2022, certificou 15 mil pessoas, reduzindo o desemprego e injetando milhões na economia local, com a determinação de Ibaneis Rocha e com o apoio das emendas de Robério Negreiros

Escândalos e desgaste do governo Lula faz fechar a boca da oposição no DF

Enfraquecido por escândalos e sem lideranças fortes, o PT do DF perde voz, discurso e espaço político, enquanto o grupo de Ibaneis avança sem resistência rumo à sucessão em 2026.
- PUBLICIDADE -

Últimas do Radar Político