Daqui a 27 dias, quando serão realizadas as eleições do dia 2 de outubro, a deputada federal Flávia Arruda(PL), candidata ao Senado, pode se tornar, após 32 anos de eleições diretas, no DF, a segunda mulher, genuinamente brasiliense, a ser eleita para a ocupar uma das 81 vagas do Senado da República.
A primeira a conseguir tal feito, foi Leila Barros(PDT), eleita em 2018, cujo mandato só termina em 2026. Atualmente, a ex-jogadora de vôlei concorre ao Buriti.
O que faz todos ter essa certeza da vitória de Flávia, são os resultados dos inúmeros levantamentos científicos, produzidos pelos mais diferentes institutos de pesquisas, com suas variadas metodologias.
Desde a primeira fase da pré-campanha, se estendendo até a campanha oficializada pela lei eleitoral brasileira, a candidata da chapa majoritária, liderada por Ibaneis Rocha(MDB), surfa na altíssima onda popular, deixando todos os seus concorrentes muito distante de alcançá-la.
Na última pesquisa, realizada pelo instituto Opinião, divulgada ontem (05), Flávia Arruda aparece com 35,4% na disputa pelo Senado, enquanto Damares, do Partido Republicanos, tem 15,4%.
Flávia tem mais do que o dobra da segunda colocada. O restantes dos candidatos ao mesmo posto, aparecem de 7% para baixo.
Dificilmente a ex-ministra Damares, a principal concorrente de Flávia, na disputa, terá musculatura eleitoral para ultrapassar a candidata do PL na reta final para a consumação do pleito.
Desde a sua estreia na cena política brasiliense, no meio daquela conturbada eleição majoritária de 2014, como vice de Jofran Frejat, um candidato escolhido de última hora, e que mesmo assim chegou ao segundo turno, Flávia se mostrou a que veio.
Criou o discurso forte pelo empoderamento da mulher na política e foi com essa bandeira que chegou a Câmara Federal, em 2018. Foi a deputada mais votada entre os oito eleitos.
Foi nesse embalo politico que Flávia fez a história dela crescer. Criou luz própria. Não foi baixo clero.
Tornou-se a primeira deputada na história da Câmara Federal a presidir a Comissão Mista de Orçamento, que até então só tinha sido conduzida só por homens.
Foi indicada pelos líderes dos maiores partidos da Casa.
Com o voo alto no Congresso, Flávia também sofreu perseguições em um ambiente machista onde mulheres são minorias.
Apenas 15% das cadeiras de todo o Congresso Nacional, são ocupadas por elas.
Desde que começou a presidir a Comissão Mista de Orçamento e depois virado ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, a deputada brasiliense lida com a violência machista, verbal e simbólica entre seus pares.
Sofre na pele como todas as bravas mulheres do parlamento, como ocorreu com Simone Tebet (MDB-MT), candidata a presidência da República, ao ser chamada de “descontrolada” por Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), durante sessão da CPI da Pandemia no ano passado.
Fato igual aconteceu com a deputada Celina Leão (PP), atacada pelo deputado federal e Reginaldo Lopes (PT-MG), quando presidia Comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 15, de 2022. Celina reagiu à altura e foi pra cima que nem juma marruá.
No dia 2 de outubro, data a ser realizada o pleito eleitoral em todo o país, o DF dá um indicativo da vontade do povo, ter a senadora Flávia, ocupando uma das 81 cadeiras da Câmara Alta do Brasil.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF