Em 18 anos de existência, a cidade do Jardim Botânico nunca recebeu tantas obras como as que vem sendo realizadas a partir de 2020, até a presente data.
Durante o primeiro governo de Ibaneis Rocha, que se encerrar o dia 31 de dezembro, desse ano, o JB contou com um investimento de R$112 milhões em obras de infra estrutura e equipamentos públicos.
Algumas obras, já foram concluídas. Outras, seguem em construção, além de várias já licitadas, prontas para o start a partir de 2023, quando se inicia mais um mandato do governador reeleito.
As entregas feitas na maior cidade condominial do DF, cuja região abriga mais de 150 mil moradores, são frutos do empenho pessoal do governador, e não dos inquilinos, indicados por deputados, que transformaram a Administração Regional, em mero cabide de empregos para pendurar jabutis.
A cidade, erguida e custeada pelo esforço dos seus moradores, não merece continuar assim.
Além de obras, o Jardim Botânico precisa avançar na sua política de regularização fundiária.
É inadmissível, que após seis anos da criação da Lei Federal 13.465, uma grande conquista do povo condominial do DF, ainda temos inúmeros condomínios, em processo de regularização, na fila de espera, por mais de 30 anos.
Os burocratas urbanistas, aboletados na Sedhu, preferem continuar aplicando a antiga lei 6.766, DE 19 de dezembro de 1979, do que a lei 13.465.
A lei mais antiga determina que os condomínios, para alcançar a regularização, terão que destinar 10% de suas áreas como compensação para a implantação de equipamentos públicos.
No entanto, a mais atual, flexibiliza, dando a oportunidade aos parcelamentos consolidados e habitados de compensar com a compra de áreas fora do condomínio.
O Estância Quintas da Alvorada, por exemplo, um dos mais antigos da região, continua com seus moradores em cima da lama ou da poeira e obrigado a gastar uma fortuna com o processo de regularização que nunca anda, apesar de estar amparado por lei.
Apesar de possuir o menor volume de pessoas, o Jardim Botânico é o portador da maior renda domiciliar do DF.
Os moradores da cidade, mensalmente, recebem em média R$ 14.631,31, segundo pesquisa Cobdeplan.
Na cidade não há um batalhão da PM e nem do Corpo de Bombeiros, porque os moradores cuidam da sua própria segurança. O índice de violência na região é quase sem manchas.
Paga-se IPTU, mas quem recolhe o lixo dos condomínios são empresas privadas contratadas pelo bolso do morador.
O Jardim Botânico aparece como umas das regiões mais ricas do Distrito Federal.
A população construiu uma cidade que contribui, anualmente, com uma grande soma de impostos ao erário e pouco tem recebido de volta.
A feira do produtor da cidade, o principal ponto de convergência da população, é, até hoje, uma indecência para o povo consumidor.
A partir de 1º de janeiro, a população quer mais.
Não interessa se o novo “administrador indicado”, a ocupar a AR-XXVII, seja da cidade ou de outro planeta. O indicado vai ter que ouvir a população.
A cidade condominial exigirá que o novo administrador atenda as suas prioridades, que brigue pelos interesses da cidade, que se apresente à comunidade e que seja um canal interlocução entre as suas demandas com setores do governo.
Diferente desses critérios, é melhor acabar com o penduricalho. O recado está dado!
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios políticos da capital federal. Siga o #radarDF