O senador José Antonio Reguffe continua como uma esfinge sem dizer a que posto quer concorrer nas eleições de outubro.
O silêncio de Reguffe, continuou durante a convenção do União Brasil, ocorrido na noite desta quinta-feira(04), no Clube da Saúde, no centro de Brasília.
A postura dele encheu o saco do União Brasil, que vai para o tudo ou nada ainda hoje.
É quase certo que o partido já não se importa mais com o dilema do “ser ou não ser” do senador.
Pela falta de posicionamento, a convenção do partido apenas homologou os nomes dos pré-candidatos que irão disputar as vagas na Câmara Federal e na Câmara Legislativa.
A ata da reunião, segue em aberto para a inclusão ou não da chapa majoritária, composta por governador, vice e senador.
No período da tarde de ontem, o presidente do União Brasil, no DF, Manoel Arruda, se pronunciou afirmando que o partido terá candidato ao GDF, e que a chapa será liderada por Reguffe.
Durante a convenção, o senador postergou, mais uma vez, e exigiu que alguns pontos fossem flexibilizados pelo partido.
Reguffe exigiu a autonomia de escolher o nome do vice-governador e do senador para compor a sua chapa.
Sobre a questão, a direção nacional do partido já havia decidido que os nomes que irão compor a chapa majoritária, caberá ao presidente em exercício, Antonio Rueda, indicar.
Outra exigência de Reguffe, é de que o partido não apoie a reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O apoio a Bolsonaro foi anunciado no início da semana, pelo presidente regional do União, Manoel Arruda, e contou com a chancela dos dirigentes nacionais do partido, Antonio Rueda e Luciano Bivar.
A ruptura entre Reguffe e a direção local e nacional, do União Brasil, tencionou ainda mais com um vídeo gravado pelo senador, onde ele plagia o renunciante ex-presidente da República, Jânio Quadros, ao acusar que “forças ocultas” do partido estariam impedindo de que ele fosse candidato ao Buriti.
Acusou Manoel Arruda de traidor e de não honrar compromissos.
Disse ainda que não participaria de negociações subterrâneas.
Ontem, durante convenção, Reguffe estendeu a crise do União Brasil, do DF, para esta sexta-feira (5), quando acaba o prazo para a realização das convenções partidárias.
Esnobou ao afirmar que somente hoje, bateria o martelo se será ou não candidato a governador.
Segundo informações de bastidores, dificilmente a direção nacional irá ceder as exigências de Reguffe, em decorrência da quebra de confiança entre o partido e o candidato.
O apoio do União a Bolsonaro, no âmbito do DF, está mantido e a escolha do vice e do candidato a senador não será feita por Reguffe. Será uma indicção partidária. Sabe por quê?
Reguffe carrega um péssimo histórico de usar partidos políticos para se eleger e depois descartar como fez com o PDT, por onde se elegeu senador em 2014.
Reguffe abandonou os pedetistas três meses após a sua eleição.
Ficou o tempo todo sem legenda e trabalhou intensamente para ter o direito de ser candidato ao Buriti, sem partido e independente. O sonho não deu certo.
Em novembro de 2019, Reguffe procurou o Podemos para se filiar, já visando as eleições de 2022.
Permaneceu no partido, onde tinha toda a liberdade para ser candidato, a governador, mas trocou a pobre legenda, em março desse ano, pelo União Brasil, que conta com um milionário fundo partidário.
Só não disseram a Reguffe que o cofre tem dono e quem manda é Bivar.
*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF