Rei morto, rei posto. É como se sente o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), neste início da corrida das eleições municipais do próximo ano, após fazer um governo marcado por uma sequência de escândalos, por brigas contra o governo de Ronaldo Caiado e por alta rejeição popular.
A situação nada boa do prefeito em fim de mandato, ficou complicada após o levante feito por ele, como presidente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB), seguido apenas pelos prefeitos da Cidade Ocidental Fábio Corrêa, e Diego Sorgato de Luziânia, contra o governador Caiado, o maior cabo eleitoral dos três citados prefeitos nas eleições municipais de 2020.
O que estar por trás de tal rebelião, segundo ex-aliados, é um milionário “negócio da água”, oferecido por uma empresa privada, que fez aumentar a sede do prefeito.
Sem a ratificação contratual, decisão tomada de forma proposital por Pábio Mossoró, junto a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), o abastecimento de água segue precarizado no município, por falta da segurança jurídica.
Outro pano de fundo, arranjado por Mossoró, para mandar recardo a Caiado, de que colocaria os municípios goianos da região do Entorno contra o governo, seria o fato do governador ter nomeado para o cargo de secretária de Estado do Entorno, Maria Carol Fleury.
Por causa da nomeação Mossoró chegou a bater-boca com Pedro Sales, secretário de Infraestrutura e braço direito de Caiado.
Tudo isso porque Mossoró queria no posto o seu secretário de Infraestrutura, Marcos Vinicius Mendes Ferreira, conhecido como “Cinquentinha”, por ser o seu candidato preferido a sua sucessão.
Vinicius ganhou tal apelido após ter o mandado de vereador cassado em 2013 pelo TRE, sob a acusação de comprar voto por R$50,00, na época.
A rebelião do prefeito de Valparaíso, contra o governo do Estado, provocou reações diversas a começar pelo próprio governador.
A uma emissora de rádio do Entorno, Caiado disse ser muito “estranha e nada transparente” a atitude do prefeito de final de mandato, citando Pábio Mossoró.
O governador tem razão em pensar assim.
A Saneago investiu por meio do governo de Goiás, mais de R$ 440 milhões no Sistema Corumbá, que passou a fornecer água tratada para os municípios de Valparaíso, Cidade Ocidental, Luziânia e Novo Gama.
Ao optarem pela quebra de contrato com a estatal, os prefeitos deveriam ser mais transparentes ao fechar contrato com uma empresa privada, com recursos que sairão do bolso do povo.
E não é apenas Caiado que pensa assim.
O vice-governador, Daniel Vilela, sucessor natural de Caiado, em 2026, reprovou a atitude de Mossoró e de Fábio Corrêa, já que ambos são filiados do MDB, partido presidido por Vilela.
Até mesmo a ex-vice-prefeita de Valparaíso, e agora deputada estadual Zeli Fritsche, desaprovou a atitude Pábio Mossoró.
Zeli tem confidenciado pelos corredores do Palácio das Esmeralda, sede do governo de Goiás, que, ao agir dessa forma, Mossoró estar sendo coveiro de sua própria sepultura política.