As eleições municipais do ano passado nos 246 municípios de Goiás, entre eles os da região do Entorno do DF, serviram para dar o tom na disputa pelo Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, nas eleições do próximo ano.
Nenhum dos 33 prefeitos dos municípios, que compõem a região do Entorno, no leste goiano, deseja carregar a alça do caixão político do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), nem mesmo se ele for candidato a síndico em 2022.
A forte rejeição contra o tucano tem motivos de sobra.
Em quase duas décadas de mandonismo político do PSDB, no comando do governo de Goiás, Marconi Perillo transformou a região na “terra do nem”, ou seja: nem Goiás e nem DF.
Até 2018, ano que marcou o fim da oligarquia tucana no estado, o leste goiano vivia a síntese do abandono que passava pela ausência da segurança pública, de hospitais e educação no cotidiano da população.
A vingança do povo iniciou naquelas eleições majoritárias ao derrotar o sucessor de Marconi e ele próprio que não conseguiu se eleger senador.
O povo do Entorno ajudou a eleger ao Palácio das Esmeraldas o médico e ex-senador Ronaldo Caiado (DEM), em primeiro turno daquelas eleições.
Só para lembrar, enquanto Caiado obteve 59,73% ou 1.773.185 votos do povo goiano, o então governador José Eliton (PSDB), candidato marconista, ficava em terceiro lugar na corrida com 13,73%, muito abaixo de Daniel Vilela (MDB) que ficou em segundo lugar com 16,14% dos votos.
Após 19 anos de poder, o marconismo virou pó em terras goianas.
A oligarquia que controlava as políticas sociais e econômicas em benefício de interesses próprios, sucumbiu.
Os resultados das eleições do ano passado no Entorno, colocaram de vez uma pá de terra sob o cadáver político do marconismo e serviram ainda para libertar a região da condição de curral eleitoral do tucanato goiano.
“A tendência da maioria dos prefeitos é marchar ao lado de Caiado em 2022” .
A previsão politica é do prefeito reeleito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB). Ele é o atual presidente da Associação dos Municípios do Entorno de Brasília (Amab).
Na avaliação do prefeito valparaisense, Caiado está dando um olhar diferenciado à população do Entorno, um pedaço do território goiano historicamente excluído de políticas públicas.
Coberto por uma nuvem de alta rejeição popular, o ex-governador tucano, que há dois anos mora em São Paulo, por ser funcionário do governo de João Doria (PSDB), tende a buscar outras alternativas como a de encarar uma candidatura a deputado federal ou mesmo disputar uma das cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado.
Falta ele combinar com o povo.