O senador Wilder Morais (PL), candidato ao governo de Goiás em 2026, é alvo de investigação da Polícia Federal por suposto desvio de R$ 1 milhão em emendas parlamentares.
A apuração, determinada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi motivada pela ausência de planos de trabalho que comprovem a execução dos recursos.
Dino ordenou que o Tribunal de Contas da União (TCU) levante, em até 10 dias úteis, todas as emendas sem plano de trabalho no país, totalizando 964 casos que somam R$ 649 milhões.
No caso específico de Wilder Morais, a Polícia Federal apura se houve desvio ou uso irregular dos R$ 1 milhão, indicados pelo senador por Goiás.
As emendas impositivas fazem parte do Orçamento da União e são prerrogativa de deputados federais e senadores, que direcionam recursos a municípios e estados de suas bases eleitorais.
Embora apresentada como forma de acelerar a execução de políticas públicas, a prática passou a ser alvo de críticas pela fragilidade nos mecanismos de transparência.
Para especialistas em contas públicas, a ausência de um plano de trabalho detalhado abre brechas para irregularidades, desperdício e, sobretudo, uso político-eleitoral do dinheiro.
O risco é ainda maior em ano pré-eleitoral. Recursos liberados sem controle podem se transformar em verdadeiro “ralo de dinheiro público”, financiando obras mal planejadas ou até mesmo nunca realizadas.
Na pior das hipóteses, verbas podem ser desviadas e utilizadas como moeda de troca para garantir apoio político em campanhas, comprometendo a lisura do processo democrático.