Natal do terror: Agefis destrói casas e desabriga 200 famílias pobres

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No Distrito Federal, famílias empobrecidas, em busca de um lugar para morar, são  vítimas constantes da grilagem e das trapaças advocatícias  e por fim  aniquiladas pelo próprio Estado que age de violência nas famigeradas derrubadas de casas. Foi o que aconteceu com moradores que ocupavam uma área pública na Estrutural

Por Toni Duarte//RADAR-DF

Cerca de 200 famílias hipossuficientes foram jogadas na chuva e na lama após a derrubada de suas moradias pelos tratores da Agefis em uma operação que durou dois dias (sábado e domingo), na comunidade de Santa Luzia na Estrutural.

Na ação de derrubadas das casas, empreendidas pelo Estado,  até animais domésticos não escaparam da violência. Gatos e cachorros foram esmagados por tratores por não terem tempo suficiente de saírem de dentro das casas demolidas.

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Depois de ser derrotado pelas urnas, no segundo turno das eleições, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) se despede do Buriti com uma ação desumana  e violenta do seu governo  contra as famílias que ocupam há três anos uma extensão da comunidade de Santa Luzia, bairro da cidade Estrutural.

Durante a campanha eleitoral, candidatos a deputados e ao governo do Distrito Federal, entre eles o próprio governador Rodrigo Rollemberg, andaram pela região a cata de votos, sorridentes e carregando meninos no colo, além de prometerem dias melhores para a comunidade como a garantia que teriam água, luz, ruas pavimentadas e a legalização da área.

Passada a eleição do segundo turno, que derrotou o pior governador da história de Brasília, o terror das derrubadas voltou a toda carga.

Os moradores foram surpreendidos com a operação gigante da Agefis que iniciou no sábado e se estendeu no domingo, deixando para trás um rastro de desgraças e desolação. As vítimas da ação do Estado são pessoas hipossuficientes. Muitas crianças vivem em situação mais difícil ainda.

As famílias atingidas não têm para onde ir e nem o serviço social que o Estado que tem  por obrigação amparar os atingidos, não se fez presente ao local.

O resultado, é uma área dizimada com as famílias se abrigando debaixo de pedaços de lonas com suas crianças para se protegerem das chuvas e do frio.

Isso porque além da destruição das moradias, caminhões a serviço da Agefis sequestraram utensílios domésticos impondo multas por dia se o dono quiser resgatar.

O Estado que age de violência com famílias que vivem na extrema pobreza na capital do país, é o mesmo que não dá a mínima para o esquema de grilagem feito por quadrilhas especializadas dentro e fora do poder público.

Na extensão da comunidade Santa Luzia, o processo se criou por meio da invasão da área incentivado por prepostos dos grileiros que vendem a esperança de que a área será regularizada.

Para que isso ocorra é necessário antes buscar na justiça uma liminar para evitar a ação de derrubadas pelo governo.

Advogados se apresentam e cobram R$300, 00 de cada morador para que tenha a segurança jurídica e a garantia de que a casa não será derrubada. Cerca de 200 moradores, segundo apurou o Radar, caíram no “conto do vigário” ao assinar procurações judiciais.

Durante a derrubada das casas ocorridas no último final de semana na Santa Luzia, nenhum deputado eleito ou reeleito apareceu ao menos para demonstrar uma ato de solidariedade as famílias desabrigadas.

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