Acostumada a rasgar liminares, pisar em cima e destruir casas de famílias pobres, como ocorre neste quatro anos do governo Rollemberg, desta vez a presidente da AGEFIS, Bruna Pinheiro, faz corpo mole para cumprir decisões judiciais que mandam demolir prédios irregulares em Vicente Pires
Por Toni Duarte/RADAR-DF
Os mais de 200 prédios que não brotaram da noite para o dia em Vicente Pires e se tornaram invisíveis somente aos olhos da Agencia de Fiscalização do governo Rollemberg, constam na lista de demolições exigida pelo Ministério Público e acatada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
No entanto, desde o início do governo socialista, a Agefis se faz de cega, surda e muda e se comporta de forma contrária ao rítmo de suas operações demolitórias que nos últimos quatro anos deixaram mais de 20 mil casas de famílias pobres no chão.
No caso dos prédios de até dez andares em Vicente Pires, o órgão se recusa a cumprir as decisões demandadas pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Na semana passada a corte estabeleceu prazo de 72 horas para o governo desocupar e derrubar dois prédios. Segundo a ação do Ministério Público, as construções geram riscos a quem mora nelas e nos lotes vizinhos.
A decisão foi assinada na última sexta-feira (23). O prazo começou a contar nesta segunda (26), quando o governo foi notificado. Como o feriado de páscoa na Justiça inclui a quinta-feira (29), na prática, o prazo só termina no próximo dia 2 de abril.
As exigências para as demolições de prédios irregulares em Vicente Pires se arrastam desde 2016 quando o Ministério Publico fez a primeira recomendação.
Cerca de 200 prédios foram construídos de forma irregular, segundo o Ministério Público do DF. Sob pressão, tudo que a Agefis fez nesse período foi notificar e recorrer das várias decisões judiciais para não ter que derrubar.
No caso da última decisão judicial, a Agefis se pronunciou afirmando que irá recorrer por meio da Procuradoria Geral.
O que leva a Agefis a protelar de forma escancarada a derrubada de prédios irregulares? O que está por trás de tal comportamento?
O próprio MP suspeita de que esteja havendo muita proteção e excesso de zelo na defesa por parte do órgão aos prédios irregulares de Vicente Pires. Será por quê? “Tudo está sendo monitorado”, informou nesta terça-feira ao Radar, um membro do MP.