A boca fechada de depoentes que passaram pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional, e pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal, começou a incomodar os parlamentares que esperavam por depoimentos bombásticos sobre os ataques criminosos, contra os Poderes da República, ocorridos no dia 8 de janeiro desse ano.
Mesmo cheio de graça e tendo tratamento vip e exageradamente diferenciado, o criminoso Walter Delgatti Neto, condenado a 20 anos de cadeia, deitou, rolou e debochou em cima das perguntas dos parlamentares com “silêncio”.
Ele falou apenas o que queria falar, aproveitando os holofotes das transmissões de TV ao vivo em rede nacional.
O hacker, seguindo orientação da sua defesa, guarda segredos para uma futura delação premiada junto a justiça para tentar escapar mais rápido da cadeia.
A mesma estratégia foi usada pelo coronel do Exército Mauro Cid, ex- ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele ficou de bico calado tanto na CPMI do Congresso Nacional, como na CPI da Câmara Legislativa do DF. Fábio Félix (Psol) ficou irado tanto com o silêncio do ex-mordomo do Palácio do Planalto, quanto com os bolsonaristas raivosos que referiram atingi-lo por sua opção de gênero.
Por último, também permaneceu um túmulo o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, durante oitivas da CPI da CLDF.
Ele foi blindado a não dizer nada pelo recém-empossado ministro de Lula, no Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin ao decidir que o depoente terá o direito de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade.
Na próxima reunião da Comissão da CPI da CLDF, o convocado será o hacker Walter Delgatti Neto que deverá repetir o mesmo silêncio debochado que irritou senadores e deputados que compõem a CPMI do Congresso Nacional
A chuva de habeas corpus de blindagens a depoentes propagará pelo STF, dando direito do convocado permanecer calado, levou a senadora-relatora da CPMI Eliziane Gama, pedir um parecer da Advocacia do Senado Federal se a CPMI pode ou não firmar acordos de colaboração premiada.
Resposta: desde que tenham o aval do Ministério Público.
A CPMI estuda usar do recurso da delação premiada nas investigações.
Se o MPF vai ou não entregar a cereja do bolo para os parlamentares, ainda é uma dúvida. Se parlamentares gostam de espetáculos, procuradores, idem.