Um novo pedido de impeachment do governador Rodrigo Rollemberg pode ganhar força dentro da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Desta vez o governador será acusado de desviar alguns milhões de reais do Fundo Constitucional do Distrito Federal, criado em 2002 para custear o sistema de Segurança Pública do DF
Por Toni Duarte
O governo de Brasília recebe repasses anuais da União para custear a segurança pública do DF e parte dos gastos com saúde e educação. Neste ano, são mais de R$ 12 bilhões vindos do Executivo federal.
No entanto, parte do dinheiro do Fundo Constitucional estaria sendo usado para pagar aposentadorias e não para manter o sistema de segurança como determina a Lei 10.633/2002, que instituiu o FCDF. A petição será protocolada na próxima semana pelo deputado federal Laerte Bessa (PR) diretamente ao presidente da CLDF, Joe Valle (PDT).
No ano passado, foram protocolados na Câmara Legislativa, dois pedidos de impeachment contra o governador Rodrigo Rollemberg, acusado por crime de pedaladas fiscais. Um foi apresentado por Marli Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, e o outro pelo defensor público da União, Kleber Vinicius.
Os dois pedidos foram arquivados pelo então presidente em exercício da Câmara Legislativa, deputado Juareizão do PSB, partido de Rollemberg que contou ainda com o apoio do então segundo secretário suplente Lira (PHS) e pelo então líder do governo na Câmara, Rodrigo Delmasso (Podemos).
Desta vez, um novo pedido de impeachment contra Rollemberg, a ser protocolado na próxima semana na CLDF, pode se tornar a maior dor de cabeça para o governador, já que ele se tornou inimigo e perseguidor declarado de pelo menos três dos cinco membros que compõe a mesa-diretoria da Câmara Legislativa, entre eles, o presidente Joe Valle.
Para o deputado federal Laerte Bessa, que é membro da Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, o clima “tá tranquilo, tá favorável”.
“Esse governador é um irresponsável e tem que se lascar. Está desviando o dinheiro do fundo, criado para custear e manter a Policia Civil, Policia Militar e o Corpo de Bombeiros, além de prestar assistência financeira para a execução dos serviços públicos de saúde e educação do Distrito Federal”, explicou Bessa ao Radar.
Bessa disse que é flagrante o desvio do dinheiro do fundo de forma acentuada pelo governo Rollemberg, cujo gasto não chega nem 40 por cento dos recursos repassados pela União.
“Temos provas cabais que, nem para a Saúde e nem para a Educação, o dinheiro está sendo aplicado. O dinheiro do fundo está servindo para pagar aposentados, o que é ilegal. Esse governador, mesmo sendo avisado pelo Tribunal de Contas da União, continua cometendo crime de responsabilidade fiscal”, disse Bessa.
Você precisa fazer login para comentar.