Nas eleições de 2014, a maioria da população do DF, tomada por um sentimento de mudança, acreditando no jargão da “nova política”, enfim, esperando a tal “atitude para mudar” prometida pela “geração Brasília”, confiaram a Rodrigo Rollemberg o mandato de Governador do DF
*Por Silene Almeida
O que se viu a partir do resultado das eleições foi uma sucessão de equívocos, desde a transição. O plano de governo parecia ser desconhecido pelo próprio governante eleito.
Uma estratégia de marketing eleitoral, bem-sucedida, colocou o socialista no poder, não o ensinou a governar.
A maioria das promessas feitas se mostram inócuas até hoje por serem inexequíveis, tais como: eleição para administrador; construção de 400 creches; ensino integral nas escolas; melhoria da mobilidade urbana e de setores estratégicos como saúde, educação e segurança.
A prometida valorização dos servidores e do serviço público que lhe assegurou um quinhão significativo, que foi decisivo à eleição, se transformou num pesadelo, um circo de horrores!
Em pouco tempo, inclusive, antes de sua posse, a situação já se mostrava desfavorável para a execução de tantos projetos e promessas. E o que era pior: por falta de vontade do governante.
Parece que ele escolheu abandonar as suas promessas e apostou todas as suas fichas no desgaste dos agentes públicos, precarizando serviços e deixando a população à deriva. O confronto foi inevitável.
Greves, manifestações, paralisações e uma enxurrada de ações judiciais marcaram o início do governo.
Não se abriu espaço para diálogo. Não houve sequer o “verniz social” como simulacro para distensionar as relações com os trabalhadores e seus representantes.
Nunca antes na história política do DF se viu uma gestão tão intolerante e opressora aos direitos dos trabalhadores. Nesse embate, todos perderam. A sociedade, os servidores e Rollemberg.
Os baixos índices de popularidade são consequência direta do modo isolado de governar. Causa espanto que o mesmo político que no passado ganhou fama como alguém agregador e democrático, se travestiu em um governante distante, com retaliações severas contra os que lhe opõem e criticam, com ranço e inabilidade incomuns a um líder político.
A verdade é que ninguém sabe onde foi parar o Rollemberg que articulava, agregava, somava e abraçava as causas coletivas.
Na área de saúde, foi um dos signatários e apoiador do acordo da isonomia e da incorporação da GATA, quando era parlamentar.
Será que o poder turva a consciência dos eleitos em cargos majoritários, a ponto de se distanciarem de suas convicções anteriores?
Qual a explicação para que, o aliado do passado se transforme no algoz implacável do presente?
Difícil compreender. Confesso, porém, que também não tenho mais essa disposição.
Lutamos, resistimos e ainda assim, tombamos em questões cruciais para os servidores. Não foi a vitória de um projeto de governo ou algo do tipo.
Foi a derrota imposta de modo sádico e cruel, a todos que viram seus direitos serem violados com o descumprimento das leis que asseguram as nossas conquistas!
É constrangedor constatar que o governo construiu uma parceria imbatível com a justiça e os órgãos de controle e, passou o trator em cima de todos! Ninguém os parou, nem os coagiu ou puniu.
Mesmo quando o judiciário teve que declarar o óbvio, ou seja, a legalidade das leis que asseguram reajustes e incorporações, a situação se manteve estática.
Não houve coação. O Estado-Juiz se contentou em atos declaratórios, sem qualquer ação coercitiva.
E assim, seguimos. Quase 10 anos sem reposição das perdas salariais ou qualquer ganho real. Carreiras achatadas e obsoletas, que antes eram tidas como essenciais, são devastadas por projetos de terceirização, enfraquecendo as categorias e desmotivando os seus agentes.
E finalmente, chegamos em 2018! Em outubro teremos eleições. Precisamos reagir para assegurar a possibilidade de um “futuro”.
No compasso atual, ele está seriamente ameaçado com a dilapidação do IPREV. Ontem o governo fez mais uma retirada bilionária para abrir o “saco de bondades” com obras, viadutos, terceirizações e etc, em ano eleitoral.
O Instituto de Previdência se transformou na única fonte de recursos do governo! Não se criou alternativas para fomentar a arrecadação, apesar da alta dos impostos e tributos aplicados aos cidadãos comuns.
Apesar de toda a resistência dos sindicatos e alguns parlamentares o estrago em nossas futuras aposentadorias continua em ritmo acelerado, projetando tempos nebulosos.
Não há mais espaço para sofismas e divagações filosóficas e ideológicas. Para que possamos “sobreviver” e para que o DF volte a ser a capital da esperança é preciso nos redimir eleitoralmente e mudar.
Urge a necessidade de um grande pacto social para o resgate de nossa cidade e cidadania!
#Rollembergnuncamais
#FORAROLLEMBERG
*Silene Almeida é Servidora Pública, Bacharel em Direito, Especialização em Direito Público,
Militante do SUS
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