A Câmara Legislativa do Distrito Federal lançou nesta sexta-feira (12) a Frente Parlamentar em Apoio à Implantação do Parque Tecnológico de Brasília (Biotic). O objetivo, além de acompanhar a instalação desse polo de tecnologia, é ajudar a alavancar o crescimento econômico, tecnológico e biotecnológico do DF
Postado por RADAR-DF
Durante a solenidade, no plenário da Casa, parlamentares, representantes do governo e profissionais da área foram unânimes na defesa de que Brasília precisa deixar de ter a economia alicerçada no serviço público e passar a explorar a vocação para ser a “capital da inovação”.
“Temos potencial único para o desenvolvimento da área de ciência e tecnologia, e precisamos buscar um novo perfil de empregos para os próximos anos”, afirmou o presidente da frente parlamentar, Eduardo Pedrosa (PTC).
“Alguns governos ficaram conhecidos por terem gerado cidades, outros por terem feito obras. Chegou a hora de um DNA diferente: esse governo pode ficar marcado por ter desenvolvido a capital da inovação”, acrescentou o distrital, que acredita que o Biotic pode virar referência na área.
Segundo o vice-governador do DF, Paco Britto, uma das prioridades do govenador Ibaneis Rocha é “redirecionar” a economia local:
“O Distrito Federal precisa se libertar da economia baseada só no setor de serviços e na renda do funcionalismo. Precisamos mudar de paradigma”.
Britto listou uma série de fatores que confirmam, em sua opinião, a vocação da cidade para as áreas de ciência e tecnologia: localização central, facilidades oferecidas pelo aeroporto, qualidade de vida e nível intelectual da população.
O vice-governador elogiou a criação da frente parlamentar: “Unindo forças teremos resultados melhores e mais rápidos”.
Economia do conhecimento – O Parque Tecnológico de Brasília (Biotic) está previsto na Lei Complementar nº 679/2002, mas só agora começa a sair do papel. Ele está sendo instalado perto da Granja do Torto, abrangendo uma área de 1 milhão de metros quadrados.
No local, o governo espera cultivar a economia do conhecimento, como um novo vetor de desenvolvimento econômico e social e de diversificação da estrutura produtiva do DF.
Para isso, o parque deverá ser um espaço de encontro entre governo, academia e iniciativa privada, visando a atrair atores das áreas de pesquisa e inovação, como empresas e startups.
O secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Gilvan Máximo, disse esperar que o parque tecnológico alavanque empresas locais e traga outras para Brasília. Nesse sentido, ele considerou positiva a criação da frente parlamentar:
“Precisamos somar forças para formar uma cidade inteligente, com indústrias 4.0. A tecnologia pode mudar a vida das pessoas e ainda gerar emprego e renda”.
O presidente da Terracap, Gilberto Occhi, concordou com Máximo e afirmou ter ficado “feliz e rejuvenecido pela união de esforços” que a frente parlamentar expressa.
Por sua vez, o presidente do Biotic, Gustavo Dias Henrique, classificou o parque tecnológico como um “sonho”: “Temos sonhado muito e temos uma equipe muito boa. Mas ainda é um sonho. A Terracap fez investimentos em consultoria, e agora os produtos estão sendo entregues. Estamos discutindo o projeto urbanístico e dando encaminhamentos para o licenciamento ambiental”.
Conforme contou, o parque já tem quase 10 empresas instaladas, além da Embrapa e do Sebrae, mas ainda é preciso pensar em mais atrativos para os empresários.
“Vamos precisar da frente parlamentar para destravar algumas questões e um pacote – inclusive fiscal – para o polígono do parque”, salientou.
Desafios – Na opinião do vice-presidente da frente parlamentar, Daniel Donizet (PSDB), o Distrito Federal ainda está na “era analógica”. “Sou formado na área de Tecnologia da Informação (TI) e posso dizer, com propriedade, que estamos muito atrasados”.
O distrital apontou que o desenvolvimento do setor, além de gerar empregos, é um aliado para a desburocratização de serviços, reduzindo custos e garantindo celeridade aos processos.
Entre os vários desafios apresentados para transformar Brasília num polo de tecnologia, está a qualidade do sinal de internet e o acesso à rede mundial de computadores. “Como discutir cidade inteligente sem conectividade?”, questionou Eduardo Pedrosa.
O presidente da frente parlamentar disse que a atualização das leis que inviabilizam a melhoria do sinal deve ser uma das prioridades.
Também presentes na solenidade desta sexta-feira, os deputados federais Celina Leão (PP/DF) e Júlio César (PRB/DF) reforçaram a importância de se investir em ciência e tecnologia como forma de gerar renda, reduzir o desemprego e produzir conhecimento.