Radar/Opinião

Por Toni Duarte
Por Toni Duarte
Editor-chefe do Radar DF
O ASSUNTO É

O confronto é a alternativa para impedir que organizações criminosas cresçam

Publicado em

||Por Gercy Joaquim Camelo

É chocante afirmar que o Brasil está à beira do abismo. Mas é verdade, não podemos mais tapar o sol com a peneira e nem fingir que estamos com dificuldades de enxergar o que acontece no Brasil.

O nosso país está dividido, de um lado as pessoas que pregam e fazem o bem, do outro lado as pessoas que fomentam e praticam o mal. É exatamente isso que está acontecendo na sociedade brasileira.

Estamos presenciando a criação de uma sociedade alternativa, focada no ódio, na violência e na luta contra a ordem estabelecida.

Os protagonistas dessa nova sociedade nos veem como inimigos, não respeitam as leis, são aéticos, imorais, mentirosos e usam os falsos discursos para persuadir os brasileiros menos esclarecidos.

As cadeias estão lotadas de bandidos, muitos já morreram em confronto com as forças do estado, mas a guerra continua, de fora e de dentro dos presídios.

O confronto não é a melhor opção, mas para o momento que vivemos, é a única para impedir que essas organizações criminosas cresçam e construam essa sociedade alternativa.

Quando o assunto é segurança pública e criminalidade, sempre aparecem os especialistas na área com propostas e soluções mágicas e imediatistas.

Acontece que esse é um problema complexo, envolve diversos setores da sociedade, e tem motivação na impunidade, na desigualdade social, na deficiência do sistema penitenciário e na ausência de políticas públicas capazes de atingirem a prevenção e os efeitos danosos que a violência produz na sociedade.

A violência e a criminalidade no Brasil viraram negócio altamente lucrativo. Se não bastasse a ação cruel das organizações criminosas, que matam, assaltam, estupram, traficam armas e drogas, têm também infinidade de programas de televisão e outros meios de comunicação social que se prestam a fazerem apologia do crime e promoverem os criminosos.

Todo mundo sabe que a mentira falada muitas vezes acaba sendo entendida como verdade. A mesma coisa é a violência e a criminalidade, quanto mais se fala em violência, em crime e em criminoso, ainda que seja em situação de desvantagem para eles, estaremos promovendo a cultura da insegurança e, até certo ponto, estimulando o extinto violento das pessoas.

Leia a mais lida : Policiais vão para guerra, choram, morrem… mas a sociedade não se indigna

Todos nós sabemos que a população das pessoas de bem é infinitamente maior do que a população das pessoas que optaram pelo mundo do crime.

Porém, por omissão e descomprometimento com a paz na sociedade e nas famílias, a sociedade alternativa, formada por aqueles que vivem fora da lei, está colocando todo mundo sobressaltado e impedido de gozar do sublime direito de ir e vir, sem ser assaltado ou morto, como infelizmente vem acontecendo na nossa sociedade.

Não é demais falar e muito menos pedir que os brasileiros e as autoridades se unam na manutenção da sociedade do bem e contra o surgimento de qualquer organização que venha contra a ordem estabelecida e os princípios culturais de nosso povo.

Não dá mais para ficarmos contabilizando os mortos, fazendo estatísticas e procurando saber de onde veio a bala que matou essa ou aquela pessoa inocente.

Depois do fato consumado, pouca coisa se pode fazer, a não ser apurar as causas e punir os autores, coisa que quase não acontece no Brasil.

Será que é tão difícil saber porque morre tanta gente vítimas de balas “perdidas,” na cidade que vive diuturnamente sob fogo cruzado entre bandidos e as forças públicas?

Enquanto continuar esse quadro, as famílias podem continuar chorando e, infelizmente, esperando a morte das próximas vítimas inocentes de balas “perdidas. A palavra “perdidas” entre aspas, significa dizer que em guerra não há bala perdida.

E o que vimos nos morros do Rio de Janeiro é uma verdadeira guerra entre os protagonistas do crime organizado.

* Gercy Joaquim Camelo é Coronel da Reserva Remunerada da Policia Militar de Goiás

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