Hoje, 26 de junho, o calendário nos impõe uma reflexão profunda sobre a incessante luta contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas.
Para mim, Marcelo Senise, um veterano com 36 anos de dedicação à arte do marketing político, esta data não é apenas um dia no calendário; é um marco que se confunde com minha própria história.
Por uma feliz e simbólica coincidência, é hoje que abro a pré-venda do meu livro, “A Delicada (ou não) Arte da Desconstrução Política”, e me preparo para palestrar mais uma vez no COMPOL Brasil – Congresso de Comunicação Politica e Institucional em Florianópolis-SC.
Este não é um evento qualquer; é a celebração da minha própria ressurreição, uma vitória conquistada a duras penas, e um convite irrecusável àqueles que buscam a luz em meio à escuridão.
Minha trajetória profissional sempre foi pautada pela paixão, pela intensidade e pela incessante busca por resultados. Construí uma carreira sólida, colecionei sucessos, mas, sob a superfície polida, uma fragilidade se instalava, silenciosa e corrosiva.
A vida, em sua ironia mais cruel, me impôs um diagnóstico de câncer. O tratamento, um caminho de dor e exaustão, me lançou em uma depressão química avassaladora. Foi nesse abismo, nesse terreno baldio da alma, que encontrei o refúgio efêmero e enganoso do crack.
O mundo da adicção é um lugar de estatísticas cruéis e de caminhos com pouquíssimo retorno. Fui engolido por ele.
Por pouco mais de três anos, a droga me roubou mais do que a sanidade; ela quase destruiu completamente não apenas minha vida e meu nome, mas também a carreira que eu, um experiente marqueteiro político, havia construído ao longo de décadas.
Eu estava ali, vivendo na pele a realidade de números que gritam: a taxa de recaída para usuários de crack pode ser assustadoramente alta, com estudos apontando para mais de 90% no primeiro ano de abstinência para muitos, e a expectativa de vida é drasticamente reduzida.
Fui um “fantasma de mim mesmo,” um corpo que, embora vivesse, a alma se esvaía em cada dose, em cada entrega. E, como milhares de adictos, fiz com que não só eu, mas minha família – aqueles que mais me amavam – purgasse a desgraça e o estigma que o vício impõe. Ver o sofrimento deles era uma dor ainda maior que a minha própria.
Mas o fundo do poço também é o ponto de virada, o solo de onde brotam as sementes da reconstrução. Minha ressurreição veio de uma “decisão firme e inabalável” de lutar, de uma responsabilidade inadiável com a vida e com aqueles que, incansavelmente, me estenderam a mão e acreditaram em mim.
Reconstruí minha existência tijolo por tijolo, renasci das cinzas do vício, com o apoio de verdadeiros anjos que me resgataram. Ser uma “exceção” a essas estatísticas aterrorizantes é um presente que valorizo a cada amanhecer, uma cicatriz que carrego com a humildade de quem conheceu a escuridão mais densa e a gratidão de quem reencontrou a luz. Meu sorriso, hoje, é um testemunho diária e renovador dessa reinvenção.
Essa travessia pessoal se tornou a lente através da qual, como veterano do marketing político, enxergo a “desconstrução política”. Aprendi, na pele, que desconstruir não é destruir. É um ato de coragem que exige a precisão de um bisturi para “desvelar as estruturas de poder, os vieses e as intenções ocultas” por trás de discursos vazios.
Assim como venci as mentiras que contava a mim mesmo, luto para expor as narrativas falsas que corrompem o debate público. A ética, a transparência, a honestidade — são para mim não apenas princípios, mas imperativos forjados na mais dura das escolas.
Em um cenário onde a “indústria criminosa das fake news” prolifera e a “mentira é moeda corrente”, a desconstrução se torna nosso antídoto mais vital. Assim como a adicção corrompe a alma do indivíduo, a desinformação corrói os alicerces da democracia. Minha experiência me ensinou que “a ética não é um luxo, um acessório opcional na comunicação política; é uma necessidade, um imperativo categórico.”
É por isso que cada peça de conteúdo que proponho, cada estratégia que oriento, é “lastreada em matérias e notícias de jornais e sites confiáveis,” com a “munição da verdade” como nossa única arma.
Os cases políticos que detalho no livro, como a virada em Cuiabá com Emanuel Pinheiro ou a gestão da crise de Luiz Miranda, são exemplos vivos de como a desconstrução ética, fundamentada em fatos e aliada à tecnologia, pode reescrever roteiros políticos. Eles provam que a “verdade, quando bem contada, ainda é a arma mais poderosa.” E são essas experiências que forjaram a metodologia que hoje pavimenta meu sucesso profissional e pessoal.
Neste 26 de junho, Dia Mundial da Luta contra as Drogas, minha voz, que um dia foi sufocada pelo vício, ressoa para celebrar a superação. Brindo com o sucesso profissional e a coragem de dividir com quem se dispuser a ler minha história e a entender as forças que forjaram minha metodologia e pavimentaram meu sucesso profissional e pessoal.
A pré-venda de “A Delicada (ou não) Arte da Desconstrução Política” não é apenas a concretização de um sonho; é a materialização de uma promessa. A promessa de que, da mais profunda escuridão, pode surgir a mais brilhante luz.
A promessa de que a superação é real, e que a verdade, por mais que tentem escondê-la, sempre encontrará seu caminho.
Convido você, leitor, a mergulhar nesta obra. A minha jornada, com suas cicatrizes e suas vitórias, que inspire você a desconstruir as mentiras que o cercam – sejam elas pessoais, sociais ou políticas. Que possamos, juntos, lutar por um ambiente mais ético e transparente, onde a verdade seja o alicerce de tudo o que construímos.
A luta contra as drogas é uma luta pela vida. A luta contra a desinformação é uma luta pela democracia. E ambas são batalhas que precisamos vencer, com coragem, integridade e, acima de tudo, a inabalável força da verdade.
Que a verdade o liberte e o inspire. Sempre.
*Marcelo Senise – Presidente do IRIA – Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial. Sociólogo e marqueteiro político, atua há 37 anos na área política e eleitoral. Especialista em comportamento humano, informação e contrainformação, é precursor no uso de sistemas de análise em redes emergentes e inteligência artificial.
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