O ASSUNTO É

No Paquistão ele pegaria prisão perpétua. Aqui, Wasim paga R$70 mil por matar no trânsito

Publicado em

O empresário paquistanês Wasim Aftab Malik, de 47 anos, não teria a mesma sorte se estivesse em seu próprio país, quando dirigia bêbado e matou um motociclista, o arrastando por mais de 80 metros, ao atravessar o sinal vermelho. Lá, ele seria encarcerado em prisão perpétua.

A sorte de Wasim é que ele está no Brasil, especificamente no Distrito Federal, e com direito de passar por uma audiência de custódia, local em que o juiz é quem decide, ainda que o criminoso esteja preso em flagrante.

O empresário que dirigia bêbado e que atropelou e matou o motociclista Gilvane Cassemiro Pereira, de 52 anos, na madrugada de sexta-feira (5), em um cruzamento da avenida Hélio Prates, em Ceilândia, ganhou a liberdade em menos de 24 horas, após praticar o crime.

O juiz substituto do Núcleo de Audiência de Custódia (NAC), não viu nada de mais no ato brutal do paquistanês, que dirigia alcoolizado, em alta velocidade, com a intenção de matar.

O juiz determinou o pagamento de uma fiança de R$70mil, e tudo certo.

Esse foi o preço cobrado pela vida de Gilvane Cassemiro, o bem mais precioso de qualquer ser humano.

Foi o dinheiro pago, ao Estado, pela morte de um trabalhador que retornava para casa.

Fora isso, o magistrado mandou recolher a carteira de motorista e o passaporte.

O juiz nem se deu conta que o Código de Trânsito Brasileiro (CBT), define que quem beber e matar será enquadrado no crime de homicídio.

Define ainda que pode ser condenado com penas de 5 a 8 anos sem direito a fiança.

Se o acidente provocar lesão grave ou gravíssima, a pena vai de 2 a 5 anos de reclusão, também sem direito a fiança.

No caso de Wasim, ele se enquadraria no âmbito das duas penas do CBT, por matar no trânsito, o motociclista Gilvane Cassemiro e atingido mais outro motociclista, que ficou gravemente ferido.

Eles estavam parados em um semáforo, que tinha acabado de ficar verde, quando o paquistanês bêbado veio em alta velocidade atingindo as vítimas.

O juiz da audiência de custódia tratou o caso como uma fatalidade ou como acontecimento fortuito.

A liberdade do paquistanês, que havia sido preso em flagrante, sugere que a culpa era das vítimas por estarem no momento errado e no lugar errado, esperando que o farol de trânsito desse à luz verde para seguir.

Em países integrantes do Reino Unido, por exemplo, quem mata no trânsito, e preso em flagrante, não sai da cadeia nunca.

Desde junho desse ano, as leis ficaram mais duras no Reino Unido, para fazer frente a uma guerra silenciosa que mata muitos nas vias urbanas.

Por lá, motoristas que, ao volante, matarem no trânsito poderão ser condenados à prisão perpétua.

A lei vale para todos os motorista e não apenas para aqueles condutores que, comprovadamente, estavam sob efeito de álcool ou drogas.

No Paquistão, país de Wasim Aftab Malik, as autoridades judicais não são benevolentes com quem comete esse tipo de crime.

Wassim não seria condenado a pena capital, como antes, mas ficaria em prisão perpétua por dirigir bêbado e matado alguém no trânsito.

Lá, o preço da vida de alguém não sai pela bagatela de R$70 mil, como foi estabelecida por um juiz de custódia, pela vida de um trabalhador assassinado na via pública do DF.

*Toni Duarte é Jornalista e editor do Radar-DF, com experiência em análises de tendências e comportamento social e reconhecido nos meios jornalísticos e políticos da capital federal. Siga o #RadarDF

Siga o perfil do Radar DF no Instagram
Receba notícias do Radar DF no seu  WhatsApp e fique por dentro de tudo! Entrar no grupo

Siga ainda o #RadarDF no Twitter

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

Leia também

WhatsApp da Caesb tem novo número para contato

O WhatsApp da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) tem novo número: (61) 3029-8115. A ferramenta pode ser acessada por clientes de...

Mais Radar

Juri condena assassino com 56 anos de cadeia em Samambaia

Crime aconteceu na saída de uma casa noturna em Samambaia, região administrativa do Distrito Federal.  Juninho, um dos líderes do Comboio do Cão, facção criminosa que atua no DF, assassinou a tiros duas pessoas na saída de uma boate. Ontem, ele foi condenado a 56 anos de cadeia.

Tribunal do Júri condena homem por matar a mulher em Santa Maria

A pedagoga Adrielly Thauana Pereira de Carvalho, 29, foi assassinada a facadas pelo marido, Josmar Junior Santos Gomes, 27, No dia do crime, ele se trancou dentro de casa com Adrielly e matou a companheira.

MPDFT recomenda ampliação dos serviços de transplante no DF

Distrito Federal não possui centro transplantador próprio para fígado, coração, tecidos e de medula óssea adulto e pediátrico

Por matar a facadas em Taguatinga mulher pega 18 anos de prisão

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o crime aconteceu na noite do dia 2 de abril de 2023, no Setor M Norte, em Taguatinga/DF. A condenada irá cumprir a pens em regime fechado

Ele pegou 21 anos de cadeia por matar dois irmãos em Sobradinho

Gilmar Alegre de Araújo saiu algemado do Tribunal do Juri para cumprir a pena em regime inicial fechado e não terá o direito de recorrer da sentença em liberdade.

Receba as notícias de seu interese no WhatsApp.

O Radar DF não permite essa ação

»
»