A Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário) tenta controlar uma onda de infecções de pele que começou no mês passado entre detentos do Complexo Penitenciário da Papuda. Desde 20 de junho, 692 presos (pouco mais de 5% do total de internos, em três semanas) foram contaminados com sarna e impetigo, doenças de pele que causam, entre outras coisas, coceira e feridas purulentas. Contagiosas, as doenças possivelmente também foram transmitidas aos familiares durante as visitas.
O Ministério Público do Distrito Federal foi alertado sobre a situação e cobrou do governo alguma atitude em relação ao caso. Segundo a Sesipe, todos os detentos foram atendidos e medicados.
“Informamos que estão sendo realizados mutirões de triagem para atendimento aos internos para detectar se há outros casos. O acompanhamento está sendo feito por médicos e enfermeiros que trabalham nas unidades prisionais”, informou a pasta.
O Ministério Público garantiu que fará visitas ao complexo até que o problema esteja solucionado. A Sesipe declarou que não vê motivos para suspender as visitas. “O fato de um grupo de internos estar com doença de pele não significa que os estabelecimentos prisionais estão passando por um quadro de epidemia”, disse.
O governo garantiu que tomará medidas para evitar novas ocorrências desse tipo, como a higienização de celas e orientações médicas aos detentos sobre hábitos de limpeza pessoal.
O impetigo é uma infecção bacteriana, e a sarna é causada por um ácaro. Ambas as doenças são altamente contagiosas e adoram aglomerações.
Um dos presídios mais superlotados do país, o Complexo Penitenciário da Papuda tem capacidade para 5,4 mil presos, mas abriga 13,3 mil.