Após esgotar a primeira edição de Vida de Delegada, doze mulheres da Polícia Civil do Distrito Federal, voltam a recontar em uma segunda edição, histórias dos horrores produzidas pela sociedade que elas se vêem como parte dela e também como vítimas. O livro “Vida de Delegada II” será lançado no próximo dia 28 de março (quinta-feira), a partir das 18h30 no Shopping Casa Park
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Pela segunda vez, doze delegadas da Polícia Civil do Distrito Federal, voltam a retratar em livro uma compilação de fatos reais e contam, ainda, os desafios da “profissão perigo” onde muitas delas se auto incluem como vítimas da própria história investigada.
Na crônica “Eu a Vítima”, a delegada Cláudia Alcântara faz uma narrativa sofrida e sofre na mesma intensidade que descreve os fatos. “Difícil não se envolver emocionalmente ao narrar uma tragédia”, diz ela.
É o caso de “Infância Destruída”, uma história de uma criança de onze anos de idade que foi estuprada pelo pai.
Além de contar um caso de abuso sexual a delegada, atualmente aposentada, Maria Aparecida Pupim, aponta que a maioria das ocorrências registradas nas delegacias de polícia, tanto com crianças quanto com adolescentes, ocorre dentro de casa e os agressores são pessoas do convívio das vítimas, geralmente familiares.
“Real perigo de Vida” trata de uma abordagem feita de um plantão onde tudo corria normalmente e em dado momento surgiu um cidadão pedindo para ver a filha.
Ele já estava separado, mas tinha autorização judicial para ver a menina. Foi a delegacia de polícia pedir o apoio.
O que seria uma ocorrência simples terminou sendo um real perigo de vida, conforme a narrativa da delegada Arlete Maria Pelicano.
Em função do drama familiar, que provocou a separação do casal, o avô da criança sacou de uma arma para enfrentar a polícia.
É interessante destacar que o trabalho “Vida de Delegada” trata da mulher e da violência ao mesmo tempo: dois dos principais pontos da cultura de massa deste século XXI.
A crônica “Vitima ou autora de um crime” de Eneida Taquary ressurge de uma investigação de um crime de homicídio praticado por uma mulher que mata o marido a facadas na Vila Brasília para em seguida fugir com seus quatros filhos.
Seria ela autora de um crime ou vítima da brutalidade doméstica? A narrativa feita pela delegada Eneida leva o leitor o ser um julgador que absorve a autora do crime.
O trabalho descrito por estas mulheres escritoras, busca responder, teoricamente, às seguintes questões: como encarar a morte e o horror, além de desmitificar o trabalho policial e colocar tudo, de certa forma, a disposição do público?
Todas as respostas estão na segunda edição de “Vida de Delegada.
Data: 28 de março de 2019 (quinta-feira)
Hora: a partir das 18h39.
Local: Carpe Diem, SCGV/ Sul, lote 22, loja 152- Casa Park
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