A prisão considerada como injusta do 2º sargento do Corpo de Bombeiros, Fabrício Marcos de Araújo, acusado como “ladrão” por ter retirado um caminhão de um quartel da corporação em Ceilândia, serviu de combustível para um protesto, ocorrido nesta terça-feira, na porta do Comando Geral da Polícia Militar do Distrito Federal. O comando não atendeu as esposas dos polícias militares
Por Toni Duarte
Cerca de 40 mulheres ligadas ao movimento das esposas de PMs foram as ruas para protestar contra a falta de atendimento a saúde aos 11 mil policiais da ativa e 74 mil dependentes, principalmente aos que precisam de forma urgente da atenção médica psiquiátrica e psicológica.
O protesto foi motivado pela prisão do sargento do Corpo de Bombeiros que havia surtado a ponto de retirar um caminhão de dentro do quartel da corporação em Ceilândia, e dirigir em alta velocidade em direção ao Plano Piloto de Brasília. O fato ocorreu na madrugada de domingo. O bombeiro militar continua preso preventivamente.
O movimento liderado por Mirian Silva, Edleusa Paiva, Denise Mesquita, e Jackeline Porto tem um objetivo: o de falar pelos maridos e reivindicar direitos que os policiais militares são proibidos de se manifestarem. Segundo elas o sistema de atendimento do Centro Médico da PM não funciona.
“Os nossos policiais estão doentes e ninguém se importa. Grande parte dos policiais militares, incluindo os nossos bombeiros militares, esta acometida por uma doença silenciosa que se não cuidar leva o paciente ao suicídio ou a matar”, disse Mirian Silva.
Ela afirmou que o grito de protesto das esposas dos PMs é uma forma de alertar o Comando Geral da PMDF e da própria sociedade para uma grave situação que se avoluma e que pode causar muitas tragédias.
Não há nenhum dado oficial. No entanto a família dos policiais militares conclui que a grande carga de trabalho, a responsabilidade de não errar na missão empreendida e a falta de estímulo e valorização das praças, tem sido os principais ingredientes que estão levando os militares ao descontrole emocional.
“Há muitos casos de alcoolismo entre os militares, caminho mais fácil que o policial busca para esquecer suas dores o que acaba refletindo e desestruturando a própria família. Todo mundo sofre e a PM ignora o fato quando deixa de oferecer atendimento psicológico e psicoterapia ao militar e aos seus dependentes”, afirmou Edleusa Paiva.
Ao Radar as líderes do ato de protesto afirmaram ainda que apesar de o movimento ter se concentrado por quase três horas em frente ao Comando Geral, no Setor Policial Sul, no entanto, o comandante Marcos Antonio Nunes de Oliveira preferiu ignorar a presença das manifestantes.
“O nosso sentimento é de revolta e nos sentimos abandonadas por alguém que deveria ter a responsabilidade de ajudar a sua tropa e a família militar. Mas o comandante fechou as portas”, disse Denise Mesquita.
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