O projeto Arte em Trânsito reúne grafiteiros para ilustrar paradas de ônibus das regiões de Sobradinho 1, 2 e na Fercal com o objetivo de revitalizar os pontos.
Há pouco mais de um ano, a ideia aproxima o grafite do brasiliense, oferecendo aos moradores da capital do país um novo olhar para a cidade.
O grafiteiro Paulo Roberto Nunes observou que diversas paradas de ônibus da região onde mora estavam deterioradas.
Com isso, o artista juntou o talento para desenhos com a vontade de viver em uma cidade mais bonita e criou o projeto.
“O grafite toca as pessoas, porque é diferente de ir em uma galeria para ver uma obra de arte. Com o grafite, você tem uma obra de arte na porta de casa, na rua. Toda vez que você passa, lá está ela”, explica Paulo.
Em 2021, um grupo de grafiteiros de Sobradinho deu inicio ao trabalho voluntário, com oito painéis. Foi necessário uma vaquinha para arrecadar o dinheiro do material de pintura.
Com o sucesso do projeto, os artistas criaram um portfólio e foram selecionados para receber recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal. Serão 15 paradas de ônibus ilustradas por 15 artistas das três regiões, oito já concluídas.
“Eu gosto de ver o grafite perto da periferia, porque é como se a gente tivesse divulgando nosso trabalho na nossa própria casa. A gente sabe que as pessoas estão vendo e valorizando aqueles artistas”, afirma o idealizador.
Também, foram convidados 15 poetas para participarem do processo criativo das ilustrações. Os escritores foram selecionados a partir de um concurso aberto ao público, com o rock’n roll como tema.
A partir dos 15 textos selecionados no concurso, os grafiteiros criaram as ilustrações que, agora, fazem parte do cenário brasiliense.
O trabalho resultará em um catálogo das obras nas paradas e dos poemas. Serão 500 cópias distribuídas gratuitamente para moradores da região, divulgando a arte dos grafiteiros e dos escritores.
Joésio Menezes, poeta e morador de Planaltina, foi um dos selecionados para participar do projeto.
“Mesmo tendo alguns livros já publicados e textos em coletâneas nacionais, a emoção de ver nosso trabalho estampado em painéis de grafite é única, é diferente. Comparo-a à emoção de quando vi meu primeiro livro publicado, lá em 1998”, relembra.
O grafite é um dos quatro elementos que integram a cultura hip hop. O rap (música), o break (dança) e o DJ completam a categoria.