Uma das mais antigas instituições culturais do Distrito Federal passa por um momento delicado na sua história. O Clube do Choro enfrenta problemas com a perda de patrocínio e com o aumento de despesas. Além disso, por motivo de economia o GDF (Governo do Distrito Federal) retirou os seguranças que faziam a vigilância do prédio, agravando a questão da segurança para os frequentadores do local.
Em uma época de abandono dos espaços públicos dedicados à cultura, o Clube do Choro é a única instituição voltada ao tema que está em funcionamento no DF. Fundado na década de 1970, o local abriga a primeira escola de choro do Brasil, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello.
Patrocínio
O Clube do Choro é mantido por meio de projetos culturais aprovados via Lei Rouanet e com patrocínio de órgãos públicos. Mas, em 2015, a instituição perdeu o patrocínio do Banco do Brasil. O dinheiro dos patrocínios é usado para arcar despesas de caches dos artistas, além de passagem e hospedagem, entre outros gastos.
Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro e seu fundador, considera o projeto barato comparado a sua relevância histórica. “O projeto do Clube do Choro é muito barato. Sem o Banco do Brasil, o patrocínio anual ficou em torno de R$1,2 milhão em valores brutos”, contou.
Os ingressos para as apresentações no Clube do Choro são vendidos a preços populares, assim como o valor da mensalidade da escola de música. As oitos aulas mensais saem por R$118,00, são 1,2 mil alunos; desse total, 28% são bolsistas. Reco defende a vocação de entidade cultural sem fins lucrativos da instituição. “Nós não somos empresários. Eu me considero um idealista”, avalia.
A instituição é importante na difusão do choro – primeiro gênero musical brasileiro – e na formação de novos músicos. Situado no Eixo Monumental, o prédio foi um presente do arquiteto Oscar Niemeyer e pertence à Secretaria de Cultura do DF. O local também é bastante procurado por turistas que visitam a Capital.
GDF
Sobre a retirada do serviço de segurança que guardava o local, a Secretaria de Cultura informa que convênio firmado entre o Clube do Choro e o GDF não prevê que o clube arque com a segurança do prédio, que é patrimônio público. Os postos de segurança foram retirados pela Secretaria de Gestão Administrativa e Desburocratização, que entendeu que não existem bens materiais do GDF no prédio.
O secretário adjunto de Turismo, Jaime Recena, também reconhece a importância do Clube do Choro para o turismo de Brasília. “Estamos disputando o título da Unesco de Capital Musical, e Brasília está concorrendo porque a produção musical da cidade é pulsante, e o Clube do Choro faz parte desse processo. Quem visita Brasília quer visitar o clube, ele é importante para nossa cidade”, comenta Recena.
Postado por Radar/ Fonte: Fato Online