Ao ser flagrado comprando um voto por 50 reais em uma eleição passada, o candidato a prefeito de Valparaíso de Goiás, conhecido como “Cinquentinha”, admitiu à Justiça Eleitoral possuir R$ 50 mil em espécie guardados em casa.
O dinheiro vivo guardado debaixo do colchão parece ser uma fortuna, ao menos para a maioria dos 77 mil eleitores da cidade, que vivem com uma renda mensal média de R$ 681,09 do Bolsa Família.
Cinquentinha, mais uma vez, segue na contramão do hábito da maioria da população de Valparaíso de Goiás, que carrega cada vez menos dinheiro no bolso e muito menos em casa.
Ele é adepto da política do dinheiro vivo, como demonstrado em 2012, quando foi flagrado comprando votos por cinquenta reais, o que levou à cassação de seu mandato e ao apelido de “Cinquentinha”.
Apesar de ter declarado à Justiça Eleitoral possuir 50 mil reais em casa, isso não é sinônimo de lisura, pois esse dinheiro pode ser usado como “caixa 2” para financiamento ilegal de campanha.
Além do mais, um candidato que guarda 50 mil reais em casa pode estar estocando 1 milhão. “Tudo é elementar, meu caro Watson”, como dizia o detetive Sherlock Holmes.
A situação também levanta suspeitas de doações com origem não revelada, o que por si só já é estranho, ou até mesmo de corrupção.
Não é obrigatório que políticos candidatos informem a Justiça Eleitoral a origem do dinheiro guardado em casa, mas isso pode levantar suspeitas dependendo da pessoa. É o caso de Cinquentinha. Ou não?