A implementação do novo ensino médio foi suspensa pelo Ministério da Educação (MEC). Com a decisão, não haverá mudança prevista no formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 2024.
O projeto foi aprovado durante a gestão de Michel Temer (MDB) e colocado em prática no governo Bolsonaro (PL).
A princípio, a interrupção dura até o fim do prazo da consulta pública sobre o tema. São 90 dias, que se iniciaram em março, e mais 30 dias para o MEC elaborar um relatório.
Sobre o projeto, a comunidade escolar alega não ter tido voz na elaboração do novo currículo. Alguns especialistas concordam com a interrupção do programa e apontam que a medida abre espaço para diálogo entre o MEC e os professores, estudantes e sindicatos.
“A gente acredita que agora é hora de ouvir os sindicatos, professores, estudantes para que a gente possa traçar de fato uma reforma que dialogue, e não um ensino médio como foi feito: de cima para baixo”, diz a diretora do Sindicato dos Professores no DF, Letícia Montandon.
O novo ensino médio, instituído pela Lei nº 13.415/2017, amplia o tempo mínimo do estudante na escola e flexibiliza a organização curricular. Os alunos escolhem um itinerário formativo, que inclui outras matérias e projetos direcionados, além das disciplinas obrigatórias.
A diretora do Sindicato enfatiza que “o novo EM é reducionista. Minimiza o currículo ao apresentar catálogos formativos como algo muito atraente, em que os estudantes podem escolher seus percursos formativos, quando, na verdade, ele está reduzindo”.