|Por Toni Duarte//RADAR-DF
Ao afirmar que cada um de seus secretários tem a obrigação de dar resultados, o governador Ibaneis Rocha manda uma espécie de recado a todos seus auxiliares de que ninguém pode tocar fora do tom da orquestra comandada pelo emedebista
Diante de números catastróficos, alimentados pela evasão escolar, pela violência e pelo consumo de drogas, que há décadas se estabeleceu nas escolas do DF, o governador Ibaneis Rocha optou pela gestão compartilhada, ação conjunta entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança, como forma de salvar as escolas públicas do caos.
A decisão do governador se fortaleceu diante da aprovação de 84,5% da população sobre o modelo das escolas cívico-militares, apontado por uma pesquisa feita pelo Instituto Exata OP em fevereiro deste ano.
O Instituto Exata OP entrevistou 925 pessoas. Apenas 11,2% desaprovaram e 3,9% não quiseram responder.
Na contramão do pedido de socorro da população do DF estava exatamente o secretário de Educação Rafael Parente, demitido nesta terça-feira (20/08).
Segundo informações de bastidores do Palácio do Buriti, o secretário de Educação teria estimulado, na surdina, professores insatisfeitos com o modelo da gestão compartilhada e alimentado deputados de oposição para bater forte no governo.
No sábado (17), das cinco escolas públicas do Distrito Federal onde pais, alunos, professores e funcionários participaram da votação, para decidir sobre a gestão compartilhada com a Polícia Militar, três decidiram aderir ao projeto do GDF.
Duas delas votaram contra: O Centro Educacional Gisno, na Asa Norte e o Centro de Ensino Fundamental 407 (CEF 407) de Samambaia.
As duas escolas possuem um histórico pra lá de problemático por estarem constantemente no noticiário policial.
No início do ano, uma estudante de 19 anos que cursa o ensino médio no Gisno da 907 Norte foi levada à delegacia após ser acusada de ameaçar um professor em sala de aula. “Isso não vai ficar assim. Vou chamar meus amigos para resolver”, disse ela em tom de ameaças.
Dois dias após não aceitarem o modelo das escolas cívico-militares, o Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia foi palco de violência nesta segunda-feira (19).
Um aluno foi esfaqueado na saída da escola. O fato fez com que pais e alunos protestasse pedindo a militarização da unidade de ensino.
As fortes evidências de que o secretário Rafael Parente estava na contramão do governo, fez com que o governador tomasse a decisão de demiti-lo do cargo onde ficou apenas oito meses.
Oito meses também foi o período que Parente permaneceu como secretário de educação da Prefeitura do Rio de Janeiro e foi exato oito meses que ficou à frente da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia.
Após a demissão de Rafael Parente, o governador Ibaneis Rocha disse que no seu governo, ninguém é eterno e para continuar tem que mostrar resultados.
Ele também bateu forte na mesa ao defender a gestão compartilhada nas escolas.
“Chega de esquerdopatas. Se quiserem, vão à Justiça”, disse ele ao se referir aqueles que poiam a violência e as drogas nas escolas do DF.