Uma postagem feita em um grupo de whatsapp pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso em que fazia o questionamento “existe criança trans? Você concorda?”, terminou causando reação de movimentos LGBT e de outros segmentos. “Esse deputado é um irresponsável. Ele deveria respeitar as diferenças de gêneros, não ser preconceituoso e nem estimular a violência contra os gays”, reagiu o ex- pastor da Universal do Reino de Deus e transexual Edison dos Santos e que se identifica com o nome social de “Ruby Lopes
Por Toni Duarte
“Me sentir agredida. Penso que um deputado que se diz representante do povo não tem que usar o mandato para a prática da discriminação ou do preconceito contra uma minoria que luta por sua inclusão dentro de uma sociedade. Definitivamente Delmasso é um daqueles homofóbicos que estimulam a violência e o preconceito contra os homossexuais”, disse Ruby.
Apesar de ter nascido com par de cromossomos XY, definidores genéticos do sexo masculino, Edison dos Santos, 30 anos, se expressa como mulher desde os dois anos de idade. Disse que já enfrentou muita discriminação por ser trans, comportamento que não adquiriu depois de adulto.
“Ruby da Saúde” como é conhecida, lembrou que tinha que esconder os seios por baixo de camisas bastante folgadas quando era pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, onde atuou por seis anos, e teve que abandonar a função por sofrer discriminação.
“Ninguém vira gay por opção, como os homofóbicos tipo Delmasso querem fazer crer. Esse deputado que questiona se existe crianças trans, deveria saber que até a oitava semana de gestação, os cérebros de todos os fetos são iguais: femininos. Só depois desse período, a testosterona surge no organismo dos bebês que serão meninos e começa a atuar na formação do feto”, disse.
Procurado por Radar, o deputado Rodrigo Delmasso rebateu as acusações e explicou que apresentou uma “live” nas redes sociais sobre uma reportagem da revista Veja que que fala sobre crianças trans.
“Eu divulguei em alguns grupos de whatisapp com o objetivo de provocar um debate sobre o assunto. Mas quero deixar claro que a minha posição em relação ao tema não é de desrespeito, de preconceito ou de discriminação contra os transgêneros. Sou a favor de que a sociedade tem que respeitar a decisão e a opção de cada um”, disse Delmasso
O deputado que faz parte da bancada da bíblia da Câmara Legislativa, entende que a transexualidade não surgem quando o indivíduo ainda é uma criança, teoria defendida pelo movimento LGBT para justificar a opção de alguém que deseja ser gay. “Esse comportamento é construído ao longo da vida por causa do contexto em que uma pessoa vive”, acredita.
Ele aponta estudos feitos pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Sociedade Americana de Pediatria de atestam que a transexualidade, em criança, é uma patologia que é chamada disforia de gênero.
“Sou contra qualquer tipo de discriminação ou de preconceito, seja ele racial, de gênero ou religioso”. Delmasso disse ainda que o bom debate sobre esse tema é salutar por se encontrar na pauta do dia da sociedade brasileira.
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