O presidente da Ordem dos Advogados do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, vem sendo acusado por parte expressiva da categoria de ser leniente com a greve dos servidores do Judiciário. A não demonstração de reação de Ibaneis tem um motivo: o escritório do presidente da OAB tem contrato com o Sindicato dos Servidores e por isso se sente impedido de defender os interesses dos advogados, categoria que comanda no Distrito Federal.
Cerca de 50 mil advogados que atuam no DF vêm comendo o pão que o diabo amassou com a greve dos servidores do Judiciário que já dura mais de 100 dias. Os servidores cruzaram os braços por ter pedido a recomposição de salários entre 53% e 78,5%, mais o reajuste foi vetado pela presidente Dilma Rousseff. O movimento paredista dos serventuários da Justiça vai continuar.
A greve prejudica os advogados em suas prerrogativas de acesso aos autos dos processos, emissão de alvarás de soltura, direito de petição e alvarás para liberação das sucumbências e outras funções. Quem mais sofre com a greve são os jovens advogados que acabaram de ingressar no mercado de trabalho que reclamam do desrespeito praticados por juízes, promotores e até delegados de policia.
O assunto tornou-se a principal item das rodadas de palestras proferidas pelo advogado Paulo Roque que disputa a presidência da OAB- DF nas eleições que ocorrerão no dia 16 de novembro. Ele diz que a OAB-DF tem sido boa apenas para uma minoria que ao longo dos anos se reversa no poder.
“A ordem tem sido boa para aqueles que querem ser ministros. A Ordem é gerida hoje pensando em todo mundo, menos no advogado. A síntese que propomos para os advogados é independência e por isso o nosso projeto tem como nome OAB Independente, afirmou.
Para uma seleta plateia reunida na última sexta-feira (25) , em um escritório no Lago Sul, Paulo Roque criticou o fato de a Ordem se manter distante dos graves acontecimentos que assolam o País. “Parece que estamos num período de muita tranquilidade. Olha a questão da greve do judiciário em que nós advogados imploramos para Ordem reagir e ela toma apenas medidas cosméticas , mandando oficio a para dizer fez alguma coisa”, disse ele.
Paulo Roque questiona ainda o fato de a OAB não ter entrado com nenhuma ação na Justiça contra a greve que tanto prejudica os advogados. Se por um lado Ibaneis Rocha despenca no conceito dos advogados, pelo outro o presidente da OAB é pressionado pelo Sindicato dos servidores da Justiça para combater a ação do CNJ que mandou cortar o ponto de quem não for trabalhar.
O exercício de ter que acender uma vela pra Deus e outra pro diabo começa a refletir negativamente contra a candidatura de Juliano Costa Couto que conta com o apoio de Ibaneis Rocha. Os advogados começam cair em si que só com pão e circo não dar pra continuar votando na situação.
Da Redação Radar