“Não existe almoço grátis”, diz uma expressão popular entre os americanos e bastante repetida pelos brasileiros depois dos casos de corrupção que envolvem agentes públicos. O Ministério Público do Distrito Federal enviou ofício nesta terça-feira (02), para a presidente do IBRAM exigindo explicações sobre a realização de um seminário em um hotel fazenda no Gama, bancado pela poderosa empreiteira JC Contijo e pela fábrica de cimento CIPLAN. As empresas patrocinadoras do rega-bofe ambiental tem o interesse na liberação de licenças e ambas são detentoras de processos de infrações ambientais.
s auditores e analistas do quadro de servidores do Instituto Brasília Ambiental (IBRAN), não andam nada conformados ao saberem que o seminário realizado durante dois dias dentro de um aconchegante hotel fazenda com direito a mesa farta de comidas e bebidas havia sido patrocinado pela empreiteira JC. Contijo e pela poderosa fábrica de cimento CIPLAN.
A grana para a realização do tal encontro, onde 60 pessoas passaram o final de semana debatendo sobre as agressões ao meio ambiente no Distrito Federal, havia sido pedida, sem o menor pudor, pela presidente do IBRAM, Jane Vilas Boas. O fato vazou na mídia na semana passada e o constrangimento foi tanto que os próprios servidores do Instituto Brasília Ambiental resolveram provocar o MPDF para que investigasse o caso.
Ontem, o promotor de justiça Roberto Carlos Silva do Núcleo de Analise e Distribuição de Feitos da Promotoria de Justiça do Patrimônio Publico e Social, deu dez dias de prazo para que a presidente do IBRAM, Jane Vilas Boas, se manifestasse a cerca das denúncias de que teria pedido ajuda financeira `as duas empresas privadas. ( VEJA AQUI).
O promotor também exigiu um relatório completo alem de fotos e os custos totais do evento. Jane Vilas Boas pode agora está encrencada com um crime de improbidade administrativa. Ela não pode mentir ao Ministério Publico. Uma cópia do oficio que teria sido assinado por ela pedindo a grana para a JC Contijo e para a fabrica de Cimento Ciplan foi enviado pelos servidores do IBRAM ao Ministério Publico.
Em janeiro de 2002 foi editado o “Código de Conduta dos Agentes Públicos em exercício na Presidência e Vice-Presidência da República”, que tem como objetivo, dentre outros, o de evitar a ocorrência de situações que possam suscitar conflitos entre o interesse privado e as atribuições públicas do agente público. A mesma regra tem sido usada pelos Estados, Distrito Federal e municípios brasileiros.
Na visão do analista e auditores do Ibram, a presidente do órgão infringiu a lei e botou no mesmo saco da indecência e da imoralidade todos os servidores. Há uma forte suspeita tanto por parte dos servidores como agora pelo próprio MPDF de que as duas empresas resolveram patrocinar o evento em troca de favores dentro do órgão ambiental. Afinal, não existe almoço grátis, segundo o dito popular.
Da Redação Radar