O ASSUNTO É

SE FOR PARA GENERALIZAR, Brasília é uma cidade de invasores, a começar por JK

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Quando o então candidato Rodrigo Rollemberg ao ser sabatinado por moradores dos condomínios do Jardim Botânico na manhã do dia 20 de setembro do ano passado afirmou (veja vídeo ao final do texto), que o então presidente Juscelino kubitschek deu um calote nos proprietários em parte das terras desapropriadas do quadrilátero do DF, ele não disse nenhuma inverdade.

O calote dado por JK, 55 anos depois, se transformou no maior pesadelo enfrentado por uma população de mais de 1 milhão de pessoas que moram sem escrituras públicas em vários pontos do DF, vivendo o dilema da insegurança jurídica de suas moradias.

Rollemberg falou de cátedra durante uma sabatina, ainda como candidato ao Buriti, durante a sua campanha eleitoral no ano passado. Em 1995, ele foi relator da “CPI da Grilagem” e hoje tem uma completa radiografia quem são os verdadeiros grileiros que venderam áreas públicas com a complacência do Estado a cidadãos que compraram lotes de boa-fé.

Rollemberg conhece bem os métodos utilizados pelas organizações criminosas que fizeram fortuna no comércio clandestino de terras no DF. E não são aqueles “bagrinhos” que a polícia do seu governo andou prendendo no começo do ano só para dizer que estar combatendo a grilagem. O Radar se refere aos “tubarões”.

Grande parte dessa gente financiou partidos políticos, candidaturas de governador, senador da Republica, deputados federais e distritais e, alguns deles, se tornaram coleguinhas de parlamentos e usuários do Buriti.

O atual governante sabe ainda que o banditismo fundiário na capital da República possui pernas longas dentro dos cartórios de registro de imóveis de Brasília e do Entorno, capazes de falsificar escrituras públicas da década de 20 com caneta bic (uma invenção de 1980), como foi o nebuloso caso da fazenda Brejo ou Torto pertencente a José Marcelino de Sousa.

Embora sabendo de tudo isso, o hoje Governo de Brasília é seletivo ao escolher as famílias que podem ou não perderem as suas casas para os tratores da Agefis com direito a humilhações públicas pela TV financiada pelo erário e amaldiçoadas como bandidas a exemplo das operações de derrubadas ocorridas na Chácara 200 de Vicente Pires.

Escolher quem vai ter a casa demolida pela esquadra terrorista do governo dentro do quadrilátero do DF, que nem mesmo o GDF sabe exatamente aonde é o seu quinhão, tem sido a perversa e estúpida regra do governo Rollemberg.

Foi assim nas áreas de interesses sociais ocupadas pela classe pobres como no Por do Sol e Sol Nascente, bem como foi nos condomínios em processo de regularização do Vicente Pires, Jardim Botânico, constituída pela classe média e agora na orla do Lago Paranoá onde habitam os ricos.

Se a questão é combater as invasões, seria mais justo (e ai todos concordam) o governo socialista tomar ao pé da letra o que determina o projeto tombado do urbanista Lucio Costa que venceu os outros 62 inscritos no concurso público lançado pelo então presidente Juscelino Kubitschek em 1956.
Naquela época, a cidade foi dividida em setores e quadras que vivem agora de forma destorcidas. Cinquenta e cinco anos depois da fundação de Brasília, somos uma cidade invadida por todos os lados, onde a cultura da grilagem e das invasões impera.

No Lago Sul, a Agefis encontra-se no seu quinto dia de desobstrução da orla do Paranoá, onde puxadinhos, pier`s, piscinas, deques, campo de futebol e quadra de tênis dos quase 500 imóveis foram construídos em áreas publicas.

Para serem mais justo, o Sr. Rollemberg e o Ministério Público deveriam, também, mandar demolir as cercas e muros da maioria dos 24.406 habitantes (fonte: Codeplan/2004); que invadiram os 400 metros quadrados de área verde denominada como públicas nas QIs (quadras internas).

No Lago Norte onde vive uma população de 32.379 habitantes o cenário é o mesmo. A escala residencial para as duas áreas, traçadas pelo urbanista Lucio Costa foi completamente dissipada. A paisagem verde de uso público virou quintal murado. Todo mundo invadiu. Como se ver, o verbo invadir é conjugado por ricos e pobres nas terras do sonho de Dom Bosco. Se brincar até o governador mora de forma irregular.

Da Redação Radar

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