Servidores e mães foram surpreendidos, nesta terça-feira (07/o8), com o fechamento de 10 dos 21 leitos de UTI Pediátrica do Pronto Atendimento Infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A medida, segundo servidores, não foi avisada e os leitos desmontados são os terceirizados com a empresa Intensicare. Seis crianças foram removidas para outras unidades e até mesmo para enfermarias.
A UTI foi transformada em unidade semi-intensiva. Sem aviso prévio aos funcionários, equipamentos de monitoramento e ventilação foram retirados dos leitos. Pacientes que estavam sob os cuidados de uma UTI, de repente viram pacientes de semi-intensiva, sem monitorização.
“O Governo do Distrito Federal simplesmente acabou com a UTI pediátrica do HRSM”, disse uma servidora. Emocionada, ela relata o caos que se instaura no hospital nesta terça-feira: “As mães todas chorando, a equipe também. E nós não podemos fazer nada, só estamos vendo.” Segundo a servidora, o cenário é de filme de terror, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo.
A usuária Gleiciane, mãe do João Davi, que está internado há 2 anos no HRSM, questiona a retirada dos monitores, aparelho fundamental para o monitoramento da frequência cardíaca dos pequenos pacientes.
Segundo ela, os acompanhantes não foram comunicados sobre a retirada das crianças para enfermarias comuns. Muito abalada, Gleiciane suplica ao governador Rollemberg e ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca, que se coloquem no lugar destas crianças que estão jogadas em cima de uma cama, sem sequer uma monitorização, algo indispensável para pacientes em condição de UTI.
“Não tem uma sonda para aspirar meu filho e agora tiraram o restinho de perspectiva de vida que ele tinha que era um monitor onde eu via que ele estava respirando e que o coraçãozinho dele estava batendo.”, lamenta a mãe.
Um médico, que preferiu não se identificar, informou à nossa equipe, às 14h, que recebeu a ordem de religar os aparelhos das crianças que continuam na UTI, porém os que foram removidos para enfermarias continuarão sem o devido atendimento.
Questionado sobre a origem desta decisão, ele não soube informar. Além disso, afirmou que será preciso fazer um estudo de cada caso para saber sobre a necessidade do funcionamento dos equipamentos.
“É revoltante ver o que os senhores Rollemberg e Humberto Fonseca deixam acontecer com essas crianças. Um paciente que deixa de ser monitorado pode até morrer. Quando criticamos e falamos que esse governo é de abanono, incompetência e morte, não estamos fazendo frases de efeito. Estamos falando da realidade dos pacientes todos os dias nas unidades de Saúde do DF.
“Chega de Rollemberg, chega de sofrimento, para a população e para os servidores . O povo está cansado . Chega de mortes”, critica a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.
Junto com os pacientes, equipamentos também estavam sendo retirados do hospital e levados para outras localidades. Ou seja, estes leitos ficariam vazios e inoperantes.
Esta UTI é terceirizada, ela funciona dentro do HRSM, mas com parte da equipe contratada pela Intensecare, empresa responsável pela gestão de UTI no Hospital Regional de Santa Maria desde 2009. O espaço é da Secretaria de Saúde.
Procurada, a Secretaria de Saúde ainda não respondeu sobre a situação. O mesmo aconteceu com a empresa Intensecare.
Postado por Radar/Fonte: Sindsaude-DF