“Tá faltando tudo, eu quero sumir daqui”. O grito descontrolado é de um medico do Hospital de Base após ter se negado a prestar atendimento a um paciente que tinha caído de um viaduto em Samambaia. Não havia material e nem gente suficiente para atender no hospital. A sala onde ficam os pacientes graves estava lotada. O cansaço estampado nele.
É assim que se encontra a maioria dos hospitais públicos do Distrito Federal onde o caos chegou ao extremo por causa da corrupção e da má gestão praticadas pelos inúmeros governos como o atual .
Dominado por um descontrole emocional provocado pela alta carga de trabalho e pela falta de condições de atendimento o medico bateu-boca com a equipe de bombeiros. Ele recebe voz de prisão e apareceu na internet e nos noticiários da imprensa local como um algoz e como sendo o responsável por todas as mazelas que atingem os hospitais públicos. Veja Video.
Desde o inicio do ano até agora foram registrados inúmeros casos em que médicos se recusam a receber pacientes, entram em discussão com bombeiros e terminam recebendo voz de prisão. Em abril, um clínico-geral que se encontra sozinho no pronto-socorro de um hospital publico se recusou a atender uma idosa de 95 anos na emergência . Maria Luísa Ladeira foi transportada de ambulância até a unidade do Paranoá com insuficiência respiratória. O policial militar que foi chamado ao local só não deu voz de prisão ao médico porque ele era o único de plantão.
Em maio, no Hospital Regional de Ceilândia, uma médica que estava de plantão gritou com uma pessoa no corredor da instituição, depois de um bate-boca com a acompanhante de uma paciente. A médica, Luíza Virgínia Pimentel, aparece na porta da sala gritando: “Vão trabalhar. Vai arrumar uma trouxa de roupa para lavar. Não tem o que fazer não? Deixa os outros trabalhar.” A medica surtou porque trabalhava sozinha.
A situação deplorável dos hospitais também leva a um estado de nervos e insanidade a própria população que precisa do atendimento medico e não acha . Há casos de pacientes que perdem a paciência e partem para a agressão a funcionários e quebrar objetos em unidade de saúde. Foi o que aconteceu recentemente no Hospital Regional do Gama. Uma mulher que se revoltou, pegou um cabo de vassoura e quebrou as vidraças da entrada do setor de emergência.
Enquanto a guerra se acirra entre médicos e pacientes dentro dos hospitais públicos de Brasília, onde a policia é quase sempre chamada para intervir com voz de prisão a alguém , pouco se olha para o outro lado do balcão.
De modo geral, os governos não têm demonstrado uma saída para esta situação, a não ser deixarem as tragédias acontecerem e, se possível, imputarem a causa a terceiros, aqui, no caso, aos profissionais da saúde e a população que já foi ate proibida de adoecer a noite.
Na semana passada os deputados distritais resolveram fazer um gesto para a Saúde Publica do DF ao destinarem as suas emendas no valor de R$ 352 milhões. Mesmo assim, ainda falta esparadrapos nos hospitais um dos motivos do medioco do hospital de Bse de querer sumir dali.
Nesta manha de quarta-feira (23), durante uma entrevista na TV Globo , o secretario Fabio Gondim disse que é mentira a afirmação de que nos hospitais que administra esteja faltando tudo como dizem os médicos. Já o governador Rodrigo Rollemberg prefere usar a máxima de sempre: “a culpa é do governo passado”.
Da Redação Radar