A ausência do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) no maior movimento popular da história do DF, que levou neste domingo (13), à Esplanada dos Ministérios, mais de 100 mil brasilienses para protestar contra o governo Dilma, foi duramente criticada pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM). “Não se sabe que promessa Dilma fez a Rollemberg que o transformou no seu mais fiel escudeiro. Ter um relacionamento institucional com o governo federal é compreensível, mas ser subserviente e capacho é, no mínimo, um comportamento abominável e imoral”, atacou o deputado.
sando uma camisa verde e amarela, o deputado federal Alberto Fraga era 1 no meio dos mais de 100 mil manifestantes, segundo estimativa feita pela Polícia Militar, entoando a mesma palavra de ordem: “fora Dilma”. O deputado se diz convencido de que o impeachment da presidente Dilma Rousseff é inevitável e que Brasília, a capital da República, amanheceria nesta segunda-feira (14) com a alma lavada por ter contribuído para isso.
Além das críticas à presidente Dilma, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a condenados no mensalão e no escândalo de desvios na Petrobras, os manifestantes faziam referências de apoio ao juiz Sério Moro, que está à frente da operação Lava Jato e, de quebra, criticaram o governador de Brasilia.
Cumprimentado e cercado por um enorme grupo de cidadãos eufórico no descampado da Esplanada, Fraga aproveitou para criticar a ausência do governador Rodrigo Rollemberg no movimento autônimo e popular, mobilizado e articulado sem qualquer ingerência política partidária. “Ele subestimou a força do povo. Achava que a população não viria às ruas para demonstrar a sua indignação contra um governo corrupto que acabou com a Petrobras e faliu o país. Um governador que não está do lado do povo e que apoia Dilma é contra o povo, é contra o Brasil”, disse o deputado se referindo a Rollemberg.
Os comentários negativos contra o governador do DF podia ser ouvido em alto e bom som por manifestantes além do “fora Dilma” bradavam “fora Rollemberg”. Tanta hostilidade e rejeição ao nome do governador foi avaliado como uma resposta a decisão dele de continuar apoiando Dilma e contra o impeachment, mesmo tendo o seu partido, o PSB, rompido definitivamente com o governo petista na sexta-feira passada após o ex-presidente Lula ter sido levado coercitivamente pela PF para depor. (veja aqui)
Para Fraga, o resultado da mobilização nacional pró-impeachment que ocorreu neste domingo em todo o território nacional deixou o governo do PT sem base política para continuar governado o Brasil. Ao Radar, ele apontou que a presença maciça dos brasileiros nas ruas do país foi algo determinante para que o próprio PMDB, o maior partido de sustentação do governo, ficasse convencido que Dilma não tem mais condições de se manter no poder e que o melhor caminho para tirar o país do atoleiro é o impeachment.
“Brasília amanhecerá nesta segunda-feira mais consciente de eu é necessário a mudança de comando do País e indiferente com todos os políticos que ignoraram os gritos das ruas, ecoado na Esplanada dos Ministérios. “O governador Rollemberg que usou a figura de Lula para se eleger no passado está fadado ao fracasso”, disse Alberto Fraga.
Da Redação Radar
JUIZ SÉRGIO MORO EXALTA A POPULAÇÃO BRASILEIRA NA LUA CONTRA A CORRUPÇÃO. LEIA A CARTA:
“Neste dia 13, o Povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato.
Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário. Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle.
Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País.”
13/03/2016, Sérgio Fernando Moro