Mais de 30 mil toneladas de terra estão sendo despejadas criminosamente desde quinta-feira (03), em uma Área de Proteção Permanente (APP), na QL 12 do Lago Sul. A obra do governo de Brasília está proibida por decisões judicias, mas mesmo assim a ordem do governador Rodrigo Rollemberg é de prosseguir com o crime
s moradores da QL 12 do Lago Sul amanheceram assustados com o intenso tráfego de caminhões e tratores no morro do parque Asa Delta, bem como ficaram sem entender como uma obra que estava paralisada por ordens judiciais de uma hora para a outra estava sendo executada. A obra tem o objetivo de favorecer um negócio bilionário que envolve o Instituto Semeia, uma ONG da Natura, empresa de propriedade do empresário Guilherme Leal que patrocinou a campanha do governador do DF em 2014.
Fotos e filmes foram feitos. Coube a Associação dos Moradores da QL 12 protocolar nesta sexta-feira uma petição informando ao Tribunal de Constas do Distrito Federal ao descumprimento da sentença daquela Corte pela segunda vez.
Existem três processos e quatro decisões que impedem qualquer obra na Orla do Lago Paranoá projeto que o governo de Brasília que desenvolver na área voltado para o entretenimento turístico.
Duas decisões destas foram dadas pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e uma pelo Tribunal de Contas que proíbem obra na orla sem o julgamento final do mérito de uma decisão dada pela Justiça Federal que entendeu que as ações de desocupação da orla têm causado danos ambientais, por não haver um plano prévio de recuperação da área degradada.
Uma das liminares é da Vara do Meio Ambiente, ação movida por um morador da QL 10. A decisão do juiz Carlos Maroja foi proferida em atendimento a Ação popular 2016.01.1.086991-5 que pede a suspensão da obra asfaltada no âmbito da APP do Lago Paranoá.
A outra liminar é da Vara de Fazenda Pública. As duas liminares estão valendo. Uma é de abril e a outra é de julho deste ano. Também em abril, o TCDF deu uma cautelar que o GDF não cumpriu. No último dia 27 o Tribunal de Contas deu a segunda decisão cautelar que manda o GDF se abster de qualquer obra no Paranoá. No entanto, as obras prosseguiram ontem.
“Ele está arrebentando com o meio ambiente e ninguém faz nada. Se fosse um qualquer que estivesse fazendo isso, já estaria na cadeia”, afirma Marcos Drumont Coelho, presidente da Associação dos Moradores da QL12.
Tem razão o representante dos moradores. Órgãos como o Instituto Brasília Ambiental -IBRAM, pouco estão se importando com a rica fauna da Orla do Paranoá. O bioma está ameaçado por crime cometido pelo próprio Estado. Asfaltos estão sendo feitos à beira lago como é o caso do Deck Sul, a já batizada pela população como “prainha da bosta” por ficar ao lado da estação de esgoto da Caesb.
Na Península dos Ministros o governo quer fazer uma extensão do Pontão do Lago Sul. A Natura, multinacional brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, estaria preparada para se apoderar do pedaço mais caro da orla do Lago Sul onde o valor de cada metro quadrado vale, segundo consultorias imobiliárias, nada menos do que R$ 12 mil, justamente por ser considerada uma das áreas nobres de Brasília. Rollemberg tem pressa para prestigiar o amigo empresário Guilherme Leal, mesmo que tenha que passar por cima da justiça. O Radar está de olho.
VEJA VÍDEO DO CRIME AMBIENTAL
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