A maioria dos metroviários não queria greve, mesmo assim foi aprovada em assembleia geral e chega ao seu quinto dia de paralisação. Por causa do movimento e somado ainda a prejuízos bilionários, contabilizados nos últimos oito anos, o GDF publicou nesta segunda-feira (06/05), no Diário Oficial, edital para a privatização do Metrô de Brasília. A decisão pegou os metroviários de surpresa
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Manifestação de interesse publicada no edital pela Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, para a privatização do Metrô do Distrito Federal, caiu como um balde de água fria sobre o acirramento grevista dos 1.300 metroviários que reivindicam aumento de salário e redução da jornada de trabalho de oito para seis horas.
As empresas interessadas na compra deverão apresentar “projetos, levantamentos, investigações e estudos para modelagem técnica, operacional, econômico-financeira e jurídica referentes à concessão para gestão, operação, manutenção e eventual expansão dos serviços de transporte metroviário do Distrito Federal. ”
As regras se referem, por exemplo, à continuidade das obras das estações da 106 Sul e da 110 Sul.
Em 2017, quando as licitações foram lançadas, o GDF chegou a anunciar que as novas paradas entrariam em operação em julho de 2018. Isso não aconteceu. O pepino chegou as mãos de Ibaneis.
A prestação de serviços deficientes somado ao histórico de prejuízos contabilizados pelas greves e falta de manutenção dos trens foi um dos pontos que levaram o GDF tomar a decisão de privatizar os serviços metroviários.
Em 2016, o prejuízo do Metrô-DF com a greve que durou 38 dias ultrapassou os R$ 5 milhões.
A circulação de trens apenas em horários de pico nos dias úteis prejudicou as contas da empresa e a população . Liberação de catracas por falta de funcionários também contribuiu para déficit.
Em 2017, os metroviários fecharam 24 estações do metrô. A empresa deixou de arrecadar mais de R$ 6,35 milhões.
Em 2018 não houve a paralisação diante de um acordo feito entre o governo e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (SindMetrô/DF) mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10 Região (TRT-10).
Em janeiro, logo que tomou posse, o governador Ibaneis Rocha, diante do relatório contábil dos últimos oito anos, chegou a conclusão que a Companhia dá um prejuízo de R$300 milhões por ano.
“Quem paga a salgada conta é o contribuinte”, disse Ibaneis.