Quem diz que o governador Rodrigo Rollemberg é um político que não cumpre compromissos de campanha está enganado. Pelo menos, um, ele fez questão de cumprir ao apresentar publicamente nesta quinta-feira (08) no Mané Garrincha: o Plano Orla Livre. O agraciado pode ser o dono da Natura, um dos financiadores da campanha do governador em 2014 e que teria o interesse de implantar a sua “indústria verde” na área
o alto da tribuna do estádio superfaturado Mane Garrincha, o governador Rodrigo Rollemberg discursou para uma seleta platéia: “Tenho a consciência de que mudar o lago é mudar Brasília; democratizar o lago é democratizar Brasília; revitalizar o lago é revitalizar Brasília; ter um lago vivo é sinal de ter uma Brasília viva”. Até aí tudo bem. O governador só escondeu o fato de que por trás do discurso existem interesses econômicos a perder de vista.
O Plano Orla Livre tem o objetivo de estimular o desenvolvimento de grandes negócios no pedaço mais caro do Lago Sul, no trecho compreendido entre a QL-8 e a QL-12 (Península dos Ministros). Vai também fomentar o turismo na região e colocar à disposição dos brasilienses espaços para a prática de esportes e para o lazer.
Quem vai tocar tudo isso seria o dono da Natura, Guilherme Leal, um dos financiadores da campanha do governador, candidato a vice-presidente da República na chapa de Marina Silva em 214 e um dos fundadores do Partido Rede de Sustentabilidade. Uma concessão será feita.
O Orla Livre contou com a consultoria do Instituto Semeia, uma organização não-governamental (ONG), voltada para a criação e a promoção de parcerias entre os setores público e privado para a conservação e o desenvolvimento de áreas protegidas e seus entornos.
A Ong é o principal braço de sustentação da Natura. A multinacional brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é de propriedade do empresário bilionário Guilherme Leal que irrigou a campanha de Rodrigo Rollemberg. Guilherme Leal doou R$ 350 mil ao atual governador. Agora é a hora de irrigar a indústria verde.
No futuro complexo gastronômico da Península dos Ministros, onde cada metro quadrado vale (segundo consultorias imobiliárias) cerca de R$ 12 mil, pobre com isoporzinho e farofa de ovo não vai entrar. O espaço será mais sofisticado e mais caro do que o Pontão, administrado por uma empresa privada.
No discurso feito no Mané Garrincha, Rollemberg garantiu a democratização da orla que será frequentada por todos. No entanto, o “socialista” deixou de falar da segregação socioespacial que poucos são capazes de perceber. Existem dois projetos orla livre. Um que será frequentada pelos que possuem alto poder aquisitivo, os chamados endinheirados e o outro que servirá ao povão sem dinheiro.
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