*Por Roberto Eduardo Giffoni
Tudo o que começa mal, acaba mal, diz o antigo ditado popular. A ação desordenada comandado pelo GDF, tendo como pano de fundo uma decisão judicial mal intencionado, que protegeu interesses econômicos e hasteou uma falsa bandeira em nome da proteção ambiental, é um exemplo claro de que a incompetência pode gerar o caos e a desgraça.
Três mortes por afogamento foi o saldo de um final de semana, sem lei e sem ordem. Sujeira, violência, invasão de casas, depredação do patrimônio público, queimadas, ausência total do Estado, em greve desde 1o. De janeiro, e o fim da fauna que vivia à beira do lago, em especial os micos e as capivaras, são o saldo de dias de horror e intranquilidade.
Até a mídia resistente a mostrar a verdadeira face da incompetência, teve que se dobrar em rede nacional ao trágico acontecimento que levou três vidas.
Agefis e Ibram ausentes e uma polícia militar incapaz de atender a demanda assustadoramente crescente, fez do Lago – Sul e Norte – uma terra sem lei e sem ordem.
Até o glamoroso Pontão se ressentiu das consequências nefastas da politicagem barata promovida por familiares do governador, ávidos por alguns pontinhos de aprovação popular.
Sem medir consequências nos levaram o sossego e agora tem nas mãos três vidas para, quem sabe, lhe darem um pouco de bom senso.
Na Justiça, cujo magistrado da causa se mostra tão cheio de frases de efeito para fazer de moradores invasores, carrega agora consigo a responsabilidade dos acontecimentos deste final de semana, e embora cega tem agora a oportunidade de olhar com mais atenção às ruínas que provocou ao despachar processos do conforto do ar condicionado e não enfrentar a verdadeira realidade dos fatos. Uma desobstrução que começou no Lago e que agora tem seu capítulo mais dramático no Campo da Esperança.
Já o meio ambiente, este foi morto aqui mesmo e não se vislumbra meios de ressuscitar se não colocarem um fim nas barbaridades que eles mesmos causaram.
GDF e o Poder Judiciário têm agora suas canetas com tinta de sangue e desespero dos que perderam seus entes queridos. Triste fim para uma ação mal intencionado desde o seu começo.
*Roberto Eduardo Giffoni – Ex-secretário de Ordem Pública do GDF