Além da seca mais intensa, as mudanças climáticas colocam em risco o abastecimento de água no Distrito Federal. Esse aumento das temperaturas reflete também no aumento de doenças para os brasilienses.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ao longo dos últimos anos, houve elevação da temperatura média em todos os meses. A maior foi em outubro, com 1,5°C a mais em comparação até 2020.
O Instituto registrou uma tendência de redução no total anual da chuva, principalmente em janeiro e fevereiro, considerados os meses mais chuvosos da região.
A capital ainda está em crescimento com a presença de asfalto, aumento de veículos automotores e indústrias. Esses fatores locais também refletem para as mudanças do clima no DF. Mesmo com o aumento do período de estiagem, as mudanças climáticas impõem o risco de temporais e chuvas mais intensas.
Em 2022, o DF registrou o dia mais frio da história em 19 de maio, com 1,4°C no Gama. Foi a menor temperatura desde o começo das medições na década de 60.
O professor de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), Saulo Rodrigues Pereira Filho, ressalta que a mudança climática coloca em risco o desabastecimento de água no DF, por exemplo. A capital brasileira pode sofrer novas crises hídricas, em proporções iguais ou superiores à estiagem de 2017.
Para o também coordenador da Rede Clima, formada para analisar as mudanças climáticas, “nos últimos 50 anos, a temperatura média do DF subiu 2ºC. Segundo projeção de modelos climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até 2050, haverá aumento de 2ºC. Serão 4ºC a mais no total”.