Ela minimizou o fato de um grupo de militares ligados a PM e ao Corpo de Bombeiros do DF ter organizado uma carreata de protesto para reivindicar do governo Rollemberg, reajuste dos salários, plano de saúde e plano de carreiras. Márcia Alencar disse não temer ameaças de boicote ao jogos olímpicos e que os policiais do DF sabem o dever de oficio.”Não acredito que irão se envolver em atos que classifico de “tentativa da política mesquinha do quanto pior, melhor”.
secretária de Segurança Pública e Paz Social do DF, Márcia Alencar, uma das maiores autoridades brasileiras especializada em justiça criminal, segurança pública, prevenção ao crime e segurança com cidadania, ocupa a maior parte de seu tempo concentrada em cima da realização de dois megaeventos que ocorrerão quase que intercalados no mês de agosto: o inicio do tornei olímpico que fará do Mané Garrincha palco de sete jogos internacionais e a votação final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff em que os a favor e os contra prometem ocupar novamente a Esplanada dos Ministérios.
Nada intimida a socióloga pernambucana e a primeira mulher a ocupar uma pasta de Segurança Pública no país quando a missão é trabalhar para diminuir drasticamente os índices de criminalidade no DF ou para tratar com assuntos conflituosos internos como as reivindicações que foram feitas por um grupo de policiais militares e Bombeiros Militares que na terça-feira da semana passada foram as ruas em carreatas para exigir reajustes em seus soldos, bem como o plano de carreira e o plano de saúde.
A secretária de Segurança está acostumada aos grandes embates dentro e fora de sua pasta. Ao conversar com o Radar, Márcia Alencar classificou a carreata de protesto feita por militares como “uma tentativa mediática de potencializar o interesse de alguns grupos de policiais e de alguns políticos mal intencionados , como o propósito de meter medo à população ao se aproveitarem de momentos considerados de grande relevância da segurança pública como os que ocorrerão em Brasília. Tal movimento, não representa a vocação e a responsabilidade das históricas e exemplares instituições militares do Distrito Federal”, afirmou ela.
O planejamento das ações de segurança e defesa para os Jogos Olímpicos do Rio Janeiro 2016, que coloca Brasília no roteiro olímpico, tem consumido a maior parte da agenda de Márcia Alencar em decorrência das constantes reuniões que envolvem vários órgãos, entre eles o Comando Militar do Planalto, Ministério da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Ministério da Justiça e as forças auxiliares do DF.
Uma das medidas tomadas é o estabelecimento de pontos facultativos tanto por parte do governo federal como do governo do Distrito Federal nos dias 4,9 e 10 por serem os dias mais sensíveis do período das olimpíadas.
“O nosso planejamento terá como base o trabalho desenvolvido na Copa do Mundo 2014, modelo que destacou Brasília como uma das cidades mais seguras que sediaram os jogos da copa, avaliada por todos os protocolos nacionais e internacionais. Vamos repetir esse feito durante a realização dos jogos olímpicos em nossa cidade”, afirma a secretária.
Ela disse está muito tranquila no que diz respeito ao esquema de segurança a ser colocado em prática, tanto voltado para os jogos olímpicos como para o dia do julgamento final do processo de impeachment, repetindo o que foi feito em Brasília durante a maior mobilização policial já ocorrida na capital da Republica, no dia 17 de abril passado, quando foi votado a admissibilidade do processo de impeachment na Câmara Federal.
“Faço questão de destacar o trabalho do Coronel Nunes, comandante da Policia Militar, que na minha opinião é um dos melhores comandantes da historia da nossa PM, por ser diligente e se comporta como se soldado combatente. O sucesso da “Operação Torre Palace” é uma marca de que a nossa PM está entre as mais preparadas do mundo. Não tenho dúvida de que a nossa PM sabe usar de forma perfeita o uso progressivo da força naquilo que for necessário, mas como Brasília é a capital da paz durante esses dois eventos que virão por aí serão empregado pelo Comandante Nunes a capacidade do policiamento preventivo e comunitário”, afirmou.
Na visão da socióloga, autora de dezenas de artigos e palestrante em conferências nacionais e internacionais relacionadas ao tema de gestão em políticas públicas e justiça criminal, apesar de todas as adversidades, de toda a crise política, econômica e fiscal que o país está vivendo, Brasília, segundo ela, trem demonstrado, como palco dessas disputas, a sua maturidade e capacidade de fazer com que a Esplanada dos Ministérios, onde ocorre os grande eventos populares reivindicatórios, seja não somente um símbolo da República, mas uma confirmação da democracia.
Sobre as reivindicações da classe policial, Márcia disse que o governador fez um processo de promoção no mês de abril em relação a Polícia Militar e regulamentou uma lei que favoreceu as promoções dentro do Corpo de Bombeiro Militar .
“O governo está vivendo uma crise fiscal que impede que o governador Rodrigo Rollemberg faça os ajustes que ele gostaria de fazer. Estamos tentando corrigir os erros de gestões passadas que comprometeram a receita pública. O governador recebeu uma dívida de seis bilhões de reais e meio, conseguiu pagar no ano passado cerca de três bilhões e meio e ainda continuamos dentro da margem da lei de responsabilidade fiscal, com uma série de limitações. Isso tem gerado consequências neste governo que não ficou de costa para esta situação e faz um enfrentamento para melhorar a qualidade de vida que Brasília merece”, sustentou.
Da Redação Radar
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