Nem Bruna Pinheiro, nem o chefe de operação da Agefis, nem o comandante da tropa da PM e muito menos um grupo de presos da Papuda, armados de marretas, respeitaram a decisão proferida pelo juiz titular da Vara do Meio Ambiente, Carlos Frederico Maroja de Medeiros. A decisão judicial proibia a derrubadas de casas no condomínio Prive II, mas a ordem foi descumprida pelos agentes do Estado.
e nada valeram os apelos dramáticos da dona de casa Kátia Macedo e o choro desesperado da filha de três anos que pedia para que a sua casa não fosse derrubada. O fato ocorreu nesta quarta-feira (17), durante uma operacao realiuzada pela Agefis dentro do Prive II, condomínio em processo de regularização há 20 anos. A determinação judicial que impedia a demolição foi ignorada pelo chefe de operações da Agencia de Fiscalização do Distrito Federal conhecido por Sérgio e pelo Ten. Coronel Paim que comandava a tropa da PM de apoio.
A ordem superiora que prevaleceu no momento não era do juiz do Meio Ambiente Carlos Frederico Maroja, mas a da presidente da Agefis, Bruna Pinheiro. “Quem manda é a Bruna”, teria gritado um funcionário do órgão ao ordenar que um grupo de presos da Papuda munidos de marretas iniciasse a demolição da casa. (VEJA A DECISÃO)
Na tentativa de ganhar tempo e adiar a demolição o servidor público, Francisco Rego, dono da casa ficou por duas horas no telhado do imóvel. O advogado Valdir Miranda recorreu ao juiz Maroja que, imediato, determinou a suspensão da operação, mas era tarde, a casa da senhora Kátia Macedo, em poucas horas, foi ao chão. Uma arbitrariedade.
A mobilha da casa foi jogada fora dos escombros. A Agefis não concedeu um caminhão de mudança. Embora alegando que o condomínio foi erguido de forma irregular, os principais responsáveis pela demolição podem responder criminalmente pelo ato ilegal. Uma ação criminal neste sentido será dada entrada ainda nesta quinta-feira (18) na justiça.
O QUE ESTÁ POR TRÁS.
O condomínio Prive II está localizado em uma área particular denominada de fazenda Brejo ou Torto de 508 hectares do espólio de Joaquim Marcelino de Sousa que a Terracap alega ser de sua propriedade. Uma ação judicial que chegou ao Superior Tribunal de Justiça pelos herdeiros da fazenda.
A área particular está avaliada em 4 (quatro) bilhões de reais devido a sua localização estratégica e privilegiada, próximo à Península do Lago Paranoá se tornou alvo de turbação pela Agencia Imobiliária de Brasília(TERRACAP), cujo grilo, de acordo com a denúncia, foi criado dentro do cartório de registro de Imóveis de Planaltina.
A área foi oferecida pelo GDF como contrapartida de uma Parceria Publica Privado (PPP) para a construção de um complexo viário e habitacional no valor de R$ 36 bilhões, batizado como “Nova Saída Norte”. Segundo os advogados que cuidam da ação na justiça, até o INCRA estaria envolvido no esquema por ter autenticado a fraude ao emitir certificação de georreferenciamento de uma área grilada, apesar de antes ter constatado tal crime por meio de um parecer emitido por um fiscal de cadastro e tributação, documento que não foi levado em conta pelo órgão.
As empresas OAS e JC Contijo, parceiras do GDF ganharam a licitação para tocarem as obras. No “Grilo Bilionário” surgirá o bairro Taquari II com 100 mil apartamentos. Um verdadeiro negócio da China. É muita grana em jogo que leva até mesmo servidores da Agefis, que não tem nada com isso, a descumprirem ordens judiciais como ocorreu ontem no Prive II. (LEIA MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO).
Da Redação Radar