Ao ler uma entrevista da presidente da CLDF, Celina Leão (PDT), publicada neste domingo (27), onde teve seu nome citado como um “covarde” e “indesejado no governo” de Rodrigo Rollemberg, o ex-secretário da Casa Civil, Hélio Doyle disse ao Radar que a sua opinião sobre Celina Leão é “a pior possível”. Afirmou ainda que o governo está sendo burro e masoquista, ao ficar elogiando a Câmara, que tem atrapalhado e não ajudado. O ex-secretário também diz que neste primeiro ano de governo, Rollemberg errou ao não dialogar em bases permanentes e corretas com a sociedade.
as 85 perguntas feitas pelo Correio Braziliense da longa entrevista com a deputada distrital Celina Leão, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, pelo menos cinco delas se referiram ao ex-secretário da Casa Civil, Hélio Doyle que deixou o governo em junho passado.
Doyle saiu do governo afirmando ter-se tornado “o alvo das críticas” de Celina Leão, setores da imprensa e de parlamentares distritais e federais. Procurado por Radar, Hélio Doyle voltou a afirmar: “Minha opinião sobre a Câmara Legislativa e sua presidente é a mesma de quando sair do governo: a pior possível. Tenho manifestado essa opinião quando me perguntam ou quando tuito”, disse ele.
Vários pontos da entrevista de Celina Leão foram rebatidos por Doyle. A deputada afirmou que em uma ação judicial movida por ela contra o ex-secretário ele teria respondido de forma engraçada, desmentindo, dizendo que os deputados que o interpelaram eram corretos e transparentes. Quando deixou o Governo de Brasília, Hélio Doyle acusou os distritais de estarem chantageando o governo com pedidos nada republicanos.
“Sempre me opus ao toma lá dá cá e isso incomodava a deputada e a alguns de seus colegas. Quando vi que minha presença no governo poderia estar prejudicando o relacionamento com a Câmara, pedi para sair. Eu não iria mudar meu modo de proceder e deixei isso claro ao governador. Quanto ao suposto desmentido, ela não soube ler minha resposta à interpelação. Essa é uma questão política, e não judicial”.
Tem um ponto da entrevista que Hélio Doyle concorda com o que disse Celina Leão. Ela não foi o motivo de ter deixado o governo. “Ela não causou minha saída, ela foi parte de um conjunto de fatores. O desgaste interno existia apenas com líderes partidários que insistiam em manter as velhas práticas políticas. Fui rejeitado, sim, pelos que queriam manter velhas práticas políticas. Ruim seria se me incorporasse a eles”, Destacou que Celina Leão até que tem agido com inteligência política, tendo em vista seus projetos.
“Mas se conseguir se reeleger novamente presidente do Poder Legislativo será ruim para a Câmara, para o governo e para a cidade” prevê. Aproveito ainda para dizer que não é verdade o que Celina diz que teria azedado o relacionamento do senador Reguffe com Rollemberg. “Claro que não! Pergunte ao Reguffe se tem algo a ver”.
Para o ex-secretário Hélio Doyle o governo é que tem demonstrado burrice política na maneira de se relacionar com a Câmara Legislativa, na base do toma lá dá cá, e ainda por cima de maneira “amadora e incompetente”. Ele acredita numa possível reeleição de Rollemberg em 2018, mas terá que resgatar o diálogo com a sociedade, reformular muita coisa e avançar na recuperação econômica. “O governo não pode continuar sendo burro e masoquista, ao ficar elogiando a Câmara, que tem atrapalhado e não ajudado”, aconselhou.
Da Redação Radar